Já disse que a vida é dura no blog do Sakamoto. Hoje, ele publicou o texto “Sai homem, entra máquina e você ainda sorri”. Nele, o blogueiro critica o McDonalds por substituir seus empregados por máquinas de auto-atendimento.
No seu texto, Sakamoto nos brinda com citações de Karl Marx, criticando o capitalismo selvagem que explora os trabalhadores e os condena ao desemprego.
Vamos analisar esse texto mais detidamente.
Em primeiro lugar, é melhor operar escavadeira que usar pá e picareta para cavar um buraco.
Também é melhor apertar botões do que parafusos.
Isso é óbvio, não é mesmo?
Quem se der ao trabalho e ler a edição da Folha de São Paulo de 29 de dezembro último, vai conferir que o desemprego no Brasil nunca esteve tão baixo, chegando a 5,7 % da População Economicamente Ativa. Hoje, há uma carência aguda de mão de obra qualificada, daquela que aperta os botões e opera as escavadeiras.
O problema não são as máquinas, muito pelo contrário. O problema é a falta de qualificação e a solução não é o simples ingresso por cotas nas universidades. A verdade é que faltam técnicos qualificados, operários capazes de fazer mais do que simplesmente apertar parafusos.
Essa discussão de técnicos ou bacharéis não é nova. Quem reclamou de procurar a matéria acima, vai me xingar, mas peço que leiam a Revista Veja, edição 598, de 20 de fevereiro de 1980. Na página 66 daquela edição, uma adolescente de 17 anos, que havia sido a primeira colocada no Vestibular do Cesgranrio daquele ano, foi enfática e certeira: Não precisamos tanto assim de bacharéis, precisamos mesmo é de técnicos.
O que era verdade há 31 anos, continua verdadeiro ainda hoje.
Enquanto os bacharéis ralam para conseguir empregos, sobram oportunidades para os técnicos, que nem precisam ser tão qualificados assim.
Fui diretor de um arsenal de guerra no interior do Rio Grande do Sul. Para quem não sabe, os arsenais dedicam-se à fabricação e recuperação de armas e materiais de emprego militar. Ali, soube que os nossos ex-recrutas que haviam trabalhado com soldagens eram disputados até por empresas canadenses.
Fui diretor de um arsenal de guerra no interior do Rio Grande do Sul. Para quem não sabe, os arsenais dedicam-se à fabricação e recuperação de armas e materiais de emprego militar. Ali, soube que os nossos ex-recrutas que haviam trabalhado com soldagens eram disputados até por empresas canadenses.
Não é ruim quando sai o homem e entra a máquina, nem é ruim que as máquinas substituam os atendentes do McDonalds. Ruim, é acreditar que não há nada melhor para um homem fazer do que cavar buracos, apertar parafusos ou servir mesas. Ruim é desacreditar na possibilidade de estudar e melhorar de vida. Ruim é fechar os olhos para a realidade dos nossos tempos.
E por falar na realidade dos nossos tempos, toda filosofia marxista declamada pelo Sakamoto cheira a mofo. Formulada no século XIX, ela simplesmente não responde aos desafios e oportunidades do século XXI.
Pena que ainda haja plateia para o discurso mofado desses Sakamotos da vida.
Haja paciência!
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