Para o Paulo, o contribuinte não pode acreditar em Papai Noel. Concordo com ele, mas tenho algo a acrescentar. Soltarei uma coisa que me entala a garganta já há tempos.
O que mais me incomoda não é o imposto alto, a falta de serviços dignos, a indiferença de alguns governantes aos problemas urgentes da população.
O que me doi mesmo é a mentira, a desfaçatez, a mania de desacreditarem da nossa inteligência.
O caso do CPFM é emblemático. Foi instituído para ser uma contribuição provisória e atender a uma necessidade da saúde. Foi sendo prorrogado continuamente e os recursos não foram aplicados na finalidade proposta. A queda da CPFM foi uma vitória do povo brasileiro.
Mais dois exemplos. Primeiro, a malfadada proposta de nova campanha do desarmamento. Após o massacre do Realengo, algumas ONGs, com destaque para o Viva Rio, nos encheram de novas estatísticas querendo nos convencer da pertinência de um outro plebiscito. Um movimento que não passa de uma tentativa de esbulho da vontade popular. Os hipócritas chegam a dizer que o povo votou mal cinco anos atrás.
Agora, a tentativa de vincular o recente desmatamento em Mato Grosso com a perspectiva de aprovação do novo código florestal. Mais uma mentira, como tantas outras que enchem o noticiário de cada dia.
O brasileiro paga muito imposto, os encargos sociais são elevados e há muita gente amarrada no governo e fora dele. Gente pouco compromissada com o bem estar da população e interessada somente em aparecer sob os holofotes.
A fábula do Papai Noel pode até ser um engodo, mas é uma mentira boa, uma estória bonita que faz bem à alma. O que corrói o espírito é ter que pagar o presente de uma gente que se comporta tão mal.
Isso é que mais me dói.
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