segunda-feira, 17 de março de 2014

O bandido

Rússia e Ucrânia são muito longe daqui e, mesmo agora depois do referendo, a imprensa brasileira não dá o devido destaque à crise. Os fatos estão se desenrolando muito rápido, o que é assustador. Olhando de longe, os movimentos da Rússia seguiram o repertório esperado; de perto, a truculência na ocupação do território e no referendo indicam que a crise pode se agravar e alcançar o que antes era improvavel.

Já há os que vislumbram outras secessões no território ucraniano. Esses fatos nada têm de bom, pelo contrário. É muito arriscado quando duas potências militares do porte dos Estados Unidos e da Rússia se desafiam mutuamente.

A quase unanimidade das urnas da Crimeia pela reincorporação do território à Rússia foi uma conta de mentiroso. Ela indica que boa parcela dos votantes decidiu optar pela própria vida,  influenciada pelo poder da argumentação de um cano de fuzil apontado para sua cabeça.

Pior que o mentiroso, é o mentiroso que acredita na sua própria mentira.Quando a Argentina invadiu as Malvinas, os generais da junta militar, embalados pelo frenesi do sucesso inicial, se recusaram a negociar uma saída honrosa antes que o pior acontecesse.

O paralelo com a guerra das Malvinas é válido porque o mesmo pode acontecer no atual conflito da Crimeia.Um governante autocrata e ambicioso pode se embriagar com o sucesso e não deter o seu avanço. Ora, não foi isso que aconteceu quando Chamberlain não pôs freios em Hitler?

Quem porá freios em Putin? Para mim, a resposta é obvia. Aguardo os movimentos de Obama.

O antiamericanismo pode soar muito corajoso nos comícios, muito chique nas rodas socialistas socialaites, mas não se enganem, agora não é hora de torcer pelo bandido.

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