A ação militar russa na Crimeia era, sim, esperada, mas será que é legítima?
Evidentemente, a invasão de um país soberano contraria muitas leis internacionais. Mas, deixando de lado os aspectos jurídicos, seria legítimo um país invadir seu vizinho?
No caso da Crimeia, a resposta depende do grau de envolvimento do ocidente nas revoltas que derrubaram o antigo presidente da Ucrânia. Será que o ocidente foi um espectador dos acontecimentos, seu envolvimento limitou-se a um estímulo moral, uma torcida ou será que houve orquestração e financiamento das revoltas?
Cinquenta mil pessoas protestando numa praça representam 40 milhões? Não? Ah, e se forem quinhentos mil? E cinco milhões? E se esse protesto envolver tiros na polícia, ataques violentos, intransigência? Ah, e quando for o caso de um presidente inepto, levando seu país ao caos político e econômico, com imensas passeatas de protesto, há movimento de tropas e o presidente foge, isso é golpe ou é revolução? E se esse país não for a Ucrânia de 2014 mas o Brasil de exatos cinquenta anos atrás?
Eu não acho essas perguntas fáceis, mas é bom pensar nelas para pelo menos saber qual é o grau de nossa própria honestidade intelectual.
domingo, 9 de março de 2014
Honestidade intelectual
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