domingo, 5 de junho de 2011

Tempos difíceis para os portugueses

Portugal é um país pequeno e, apos a descolonização de quarenta anos atrás, não possui recursos materiais ou humanos para vencer suas dificuldades.

Na década passada, houve um aumento na remuneração média dos portugueses. Ainda assim, os salários em Portugal são menores que os da maioria dos demais países europeus.

Convenhamos, Portugal é um país pobre.

Por falar em países pobres, falemos um pouco da Irlanda, que também era considerada pobre há alguns anos, tem território um pouco menor e população equivalente à metade de Portugal.

Até a crise de 2008, a Irlanda era tida como um novo tigre europeu. Nos anos anteriores, o país celta investira em educação e na formação de mão de obra qualificada. Diminuiu impostos e os salários aumentaram expressivamente. Em 2004, o país celta abriu suas portas para a imigração da União Europeia, principalmente visando aumentar o quantitativo da mão de obra na construção civil.

Tudo parecia bem, mas os irlandeses também estão sofrendo grandes dificuldades econômicas desde o estouro da crise em 2008.

A situação portuguesa é ainda pior.

Portugal não seguiu o exemplo irlandês. Quase dez porcento de sua população é analfabeta e há um enorme contingente de portugueses vivendo e trabalhando em outros países europeus. Imagino que esses emigrantes enviam dinheiro para a terrinha, o que deve representar uma significativa parcela do PIB português.

A crise que se arrasta desde 2008 tem sido severa com os portugueses, tanto dentro como fora do país. Em Portugal, o índice de desemprego atingiu os 12%; nos países europeus, os desempregados são ainda mais numerosos.

O desemprego atinge sobretudo a mão de obra não qualificada. A crescente informatização dos processos do trabalho demanda um tipo de profissional de difícil formação. Esse fato dificulta ainda mais a vida dos portugueses, que não superaram os seus problemas educacionais.

Não há milagres no cenário português nem espaço para demagogias. Ao ingressar na União Europeia, Portugal renunciou à sua capacidade de ditar sua política monetária. Agora, terá que submeter-se aos ditames dos europeus mais poderosos que lhe ditam: austeridade, austeridade e mais austeridade, o que significa ainda mais sacrificios para a população.

O incremento da educação pode ser uma saída para Portugal, mas seus reflexos virão somente daqui a alguns anos.

Infelizmente, o céu portugues está coberto com nuvens bem carregadas. São tempos difíceis para os patrícios.

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