quinta-feira, 2 de junho de 2011

Soberania não se negocia

O barco da Comunidade Europeia faz água no porão, onde se espremem portugueses, gregos e espanhóis.

A turma do camarote tem um único discurso: austeridade, austeridade e austeridade.
Para que não digam que não colaboram com a turma do porão, os alemães mandaram alguns baldes para os espanhois.

A alegoria serve para ilustrar que a União Europeia pareceu muito vantajosa nos anos 90, mas, vinte anos depois, os jovens  desempregados descobrem que seus pais e avós os embarcaram numa canoa furada.

Ora, convenhamos. Ao abdicarem da prerrogativa de emitirem sua própria moeda, os países europeus renunciaram à capacidade de formular políticas monetárias.

Para os neoliberais do fim do século passado, emitir moeda era sinônimo de permissividade. Sua receita para os momentos de crise coincide com o que a turma do camarote grita hoje para o porão: austeridade, austeridade e austeridade.

Bem, o fato é que não sobrou muita coisa na caixa de ferramentas dos governos europeus. Agora, são os jovens desempregados que têm que se virar com os baldes no porão inundado do navio.

Fica a lição: nenhum Estado tem o direito de renunciar a qualquer capacidade de defender o seu povo. Para quem não entende do riscado, eu traduzo: soberania não se negocia.

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