Sempre gostei de escrever e, neste ano, tenho frequentado diferentes blogs, onde me empenho em transmitir minha opinião a respeito dos mais variados temas.
Contudo, num deles, tenho sido alvo de ataques ofensivos de um outro leitor.
Ora, o embate educado de ideias é salutar; ofensas, não.
Os Blogs têm a virtude de permitir que pessoas de diferentes pontos de vista exprimam suas opiniões; mas há quem se incomode com isso.
Eu deveria esperar por isso, pois na vida sempre haverá quem envenene o poço para depois reclamar da sede.
Hoje, lembrei de Júlio de Castilhos, líder político riograndense do final do Século XIX. Contarei um pouco de sua história.
Castilhos nasceu em 1860, filho de uma família de posses. Na infância, era ridicularizado pela sua gagueira e pelos sinais da varíola, que haviam marcado o seu rosto.
Com a morte do pai, Castilhos herdou uma boa soma de dinheiro, que lhe permitiu estudar na Faculdade de Direito de São Paulo. Ali, aos dezenove anos, sobressaía-se pela inteligência e qualidade de seus textos literários. No ambiente acadêmico, sofreu irremediável influência do positivismo.
Com o fim do curso, regressou à sua terra e, pouco depois, estabeleceu-se em Porto Alegre, onde fundou o Partido Republicano do Rio Grande do Sul e o Jornal “A Federação”, de que era o editor-chefe. Com menos de trinta anos de idade, Castilhos era um adversário feroz e temido pelos políticos conservadores e liberais daquela província.
As páginas de “A Federação” contêm textos memoráveis, dignos da história, onde Castilhos exercia sua imensa capacidade de convencimento. Promoveu uma campanha exemplar contra a escravidão e pela decência na administração pública. Seu jornal era lido nas províncias e era uma referência dos republicanos na Corte.
Veio a República e, em pouco tempo, Castilhos assumiu a Presidência do Estado do Rio Grande do Sul.
O jornalista combativo, anti-escravocrata, campeãos da ética e da moralidade, revelou-se um governante muito probo, mas intolerante e implacável.
Em seu governo, desenrolou-se boa parte da Revolução Federalista e Castilhos foi um dos responsáveis pela radicalização do conflito. Em seu nome, muita gente foi morta; em seu nome, muitos prisioneiros foram degolados. Ele era um homem que não sabia conviver com os opostos.
Então, eu lhes digo que por trás de um radical, sempre haverá um autoritário.
O radicalismo é um câncer e, acreditem, contra o câncer não pode haver tréguas. É triste, mas é assim.
Bom domingo para todos vocês
Até breve
Até breve
Nenhum comentário:
Postar um comentário