É bem provável que os matadores dos ativistas no Pará sejam pistoleiros contratados por madeireiros ilegais que operam na região.
A morte deles não pode ser vinculada ao novo código florestal. Eles foram vítimas de criminosos. Ontem, o site da presidência já estampava a notícia de uma determinação para que a polícia federal investigue o caso.
Cadeia para os todos os bandidos; pistoleiros e mandantes.
Ilações são perigosas. Tem gente que escorrega no achismo.
Em março, o Blog do Sakamoto foi enfático em vincular a rebelião em Jirau ao trabalho escravo. Hoje, o Valor Econômico apresenta informações do Delegado Hélio Teixeira Lopes Filho, diretor da divisão de repressão ao crime contra o patrimônio da Polícia Civil de Rondônia.
Transcrevo o seguinte trecho da reportagem:
"Em março, quando a confusão tomou conta de Jirau, a construção da usina estava no seu pico de contratação, com 22 mil trabalhadores na obra, dos quais 19 mil estavam sob responsabilidade da Camargo Corrêa. “A revolta arrebentou exatamente no dia de pagamento de salário, quem fez sabia que os caixas automáticos estavam abastecidos”, comenta Lopes Filho. Durante o corre-corre, quatro dos dez caixas instalados no canteiro de obras foram arrancados de suas bases e levados por um caminhão até a oficina do canteiro, onde maçaricos já estavam a postos para cortar a porta dos cofres.
A Polícia Civil já identificou quatro pessoas que participaram dessa operação. Ainda não há informações sobre quanto dinheiro foi roubado. Em data de pagamento, os caixas de Jirau costumavam ser abastecidos com até R$ 1,5 milhão, ou seja, cada caixa automático era alimentado com cerca de R$ 150 mil. A partir dos depoimentos colhidos até agora, a Polícia Civil detectou que a tensão entre os trabalhadores no canteiro de obras já era grande antes da rebelião. “A situação estava complicada, havia reclamações sobre diferenças salariais e benefícios, além de relatos de tratamento com muita truculência junto dos trabalhadores”, comenta o delegado Lopes Filho."
Então:
- o tratamento da empresa era ríspido com os trabalhadores, mas não havia trabalho escravo;
- muito provavelmente, a rebelião foi obra de criminosos, para desviar a atenção e roubar os caixas eletrônicos.
Portanto, vamos acompanhar as investigações sobre o assassinato dos ativistas no Pará e cobrar a devida punição para os culpados.
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