segunda-feira, 16 de maio de 2011

Briga no blog

Há blogs e blogs, cada um à feição de seu blogueiro.
Nesse universo vale o dito que a criatura tem a cara do criador.
O Leonardo Sakamoto mantém há cinco anos um Blog bem sucedido. Ali, ele publica seus dogmas sobre ecologia e seus textos contra o trabalho escravo.
A vida é dura por ali, um reduto de bons moços da USP. Discutir ali é mais ou menos como brigar com o presidente do Diretório Acadêmico em plena assembleia. Tome vaia e xingamento. Felizmente, no mundo virtual a porrada é só nos avatares.
O Ciro Lauschner é um desses sujeitos que briga pela sua opinião. Dá a cara a tapa e não tem medo de brigar com quem quer que seja.
Hoje, o Sakamoto publicou uma matéria sobre multinacionais. O Ciro quis contestar o texto, foi censurado e o blogueiro aproveitou para provocá-lo. Em linhas gerais, o Sakamoto disse que o direito de espernear é universal, quem quiser pode reclamar com o papa ou abandonar o barco.
Bem, Ciro deu uma réplica curta e grossa, com direito a palavrão. Deve ter incomodado o blogueiro, pois pouco tempo depois foi deletada.
Não sou de abandonar os amigos e mandei um comentário para o Blog. Transcrevo aqui, porque o clima tá quente e ele pode se perder na tesoura daquele blogueiro:


"Ah, Ciro. Você lavou a alma no seu último comentário, nõe é mesmo?
Talvez isso tenha lhe livrado de um enfarto. Então, valeu a pena.
Bem, nosso blogueiro deixa as coisas bem claras. Há um filtro automático, uma espécie de robozinho que segura as mensagens indesejáveis até que se publique um novo texto no Blog. Aí, o comentário impertinente fica com audiência menor.
Tudo bem, ou, como diria o filósofo Bambam, faz parte.
Tratando um pouco sobre o tema proposto, deve-se considerar alguns aspectos.
A instalação de uma fábrica de grande porte numa determinada região implica em aumento de ofertas de empregos diretos e indiretos. Não se pode pensar apenas nos operários das linhas de montagem, mas na cadeia de matérias primas e na demanda de serviços.
Dentre os benefícios, destaco a qualificação de mão de obra.
Até, aí, chovi no molhado. Falei o que todos sabem.
Os donos das fábricas não têm nada de inocentes. Sabem que seu empreendimento, na maior parte das vezes, será motivo de disputa por estados e municípios. Daí a sua vantagem na mesa de negociações.
Lembro da instalação de uma fábrica da Ford, alguns anos atrás. Em princípio, ela seria implantada no Rio Grande do Sul, mas o governador Olívio Dutra endureceu o jogo com a montadora. Então, o Antônio Carlos Magalhães se aproveitou disso e levou a fábrica para as proximidades do Pólo de Camaçari.
Provavelmente, nas eleições seguintes, isso valeu a reeleição do Toninho Malvadeza e o insucesso do governador gaúcho.
É bom lembrar que, mesmo considerando as isenções fiscais, a instalação de uma fábrica significa um significativo aporte de capital financeiro e humano. Ninguém vai se aventurar num local onde não haja vantagens e segurança para o empreendimento.
Para finalizar, o blogueiro afirma que nenhuma montadora aderiu ao Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. Lembro que há dez anos, houve uma iniciativa semelhante do Greenpeace para forçar os supermercados a não vender transgênicos. Algumas empresas aderiram na época, querendo associar sua marca a uma causa de bons moços. Bem, acho que uma década depois, está bem difícil de se encontrar supermercados totalmente isentos de produtos contendo transgênicos.
Esse fato mostra o desgaste dessa fórmula meio coercitiva empregada pelas ONGs.
Por fim, Ciro, tome uma maracujina e se acalme. Lembre-se que o blog tem a cara blogueiro. Ele faz as regras e a gente briga pela nossa opinião.
Abraços
Clóvis"

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