segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dividir o Pará

O tema do dia é a possibilidade de divisão do Pará.

Em alguns meses, os paraenses decidirão em plebiscito se manterão a unidade de seu estado, ou se permitirão o prosseguimento do processo para a sua divisão em três partes.

A princípio, a ideia de dividir um território tão grande parece bem razoável. Os que moram no interior sentem-se excluídos pela ausência do Estado. No Pará, onde situa-se a gigantesca hidrelétrica de Tucuruí, grande parte da população vive sem a garantia de energia elétrica. Há problemas sócio ambientais de sobra, difíceis de resolver num espaço territorial tão grande como o daquele estado amazônico.

Porém, ao examinar essa proposta com um pouco mais de atenção, chega-se à conclusão de que ela é inviável. Um dos motivos mais simples para essa inviabilidade é que as novas unidades da federação que surgiriam desse desmembramento teriam uma população extremamente rarefeita e insuficiente para aparelhar o aparelho administrativo estatal.

Não me resumo a somente criticar a criação de três novas vagas no Senado para cada um dois novos Estados, o que levaria a desbalancear ainda mais o equilíbrio entre as diferentes regiões do País. O fato é que a criação de um Estado exige a formação de órgãos como a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Tribunais, Assembleias Legislativas, e muito mais.

Estima-se que a população de Carajás teria no máximo um milhão e meio de habitantes, que não poderiam ocupar o aparato administrativo estatal.

Muitos vislumbram na proposta de desmembramento apenas uma manobra da política provinciana, sempre interessada em cargos e salários. Muitos outros já sonham com novas oportunidades de concursos para o emprego público. Certamente, essa bricadeira toda terá um custo bem elevado para o Pará e para o Brasil.
 
Eu paro por aqui, pois o assunto tem um forte componente político, em que não posso me meter por força do Regulamento.

De qualquer modo, este é um assunto que interessa aos paraenses, em primeiro lugar; e também a todos os brasileiros, que podem ser chamados para pagar mais uma conta.

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