Os jovens belgas, tanto os de origem muçulmana como os outros, atraídos para os grupos radicais islâmicos, sofrem dos mesmos males das prósperas sociedades ocidentais. Inseridos em países de alto poder econômico, com baixa desigualdade e ao mesmo tempo baixa mobilidade social, esses jovens não encontram grandes estímulos em suas vidas.
Lembram-se das explicações para as altas taxas de suicídio entre os jovens suecos? Sem desafios a vencer, a vida para eles torna-se insuportavelmente monótona. Para os belgas, juntar-se ao Estado Islâmico é mais do que uma aventura, é a chance de um novo sentido para a vida. Viver por um ideal, mesmo um ideal assassino.
Gabeira escreveu um artigo em que achava difícil imaginar os irmãos Kouachi inseridos na economia francesa, trabalhando como caixas de supermercado. Essa é a realidade de grande parcela da juventude europeia. O problema não é a pobreza, é a qualidade de uma vida sem grandes perspectivas.
A juventude é idealista e precisa sonhar. A seu modo, os jovens radicais belgas querem mudar o seu mundo, nem que para isso destruam o nosso.
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