segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Ele não veio

Será que a tragédia de Paris pode mesmo ser uma chance de mudança na atitude global?

Lembro do onze de setembro, uma sequência de atentados muito mais espetacular que os da semana passada. Daquela vez, o impacto foi fulminante e suas repercussões refletiram a magnitude do golpe sofrido

Na ocasião, os palestinos saíram à rua para comemorar o sofrimento norte-americano.

Desta vez, desconheço que tenha havido alguma comemoração na Palestina. 

Ontem, Mahmoud Abbas desfilou  Paris, na marcha em homenagem aos cartunistas mortos.

Netanyahu também estava, outras dezenas de líderes também estavam, mas Obama, o chefe da nação mais poderosa do mundo, ele não estava.

Li no Wikipedia que o Abbas tem um doutorado em História. Ele o obteve na Universidade de Moscou, na época da Guerra Fria. É provável que tenha elaborado cuidadosamente sua tese, ajustando seus argumentos com as ideias da casa, mas, de qualquer modo, Abbas, o doutor em História, mostrou ter algum senso histórico.

Parece que o mundo de 2015 é um tantinho diferente daquele de 2001. Se a derrubada das torres mudou a história, quem sabe se agora não seria a vez de se mudar o mundo?

Ah, mas vamos com calma nesse andor. O santo é de barro e viu que faltou alguém na marcha de ontem. 

Para mudar o mundo é preciso muita, mas muita vontade política.
Despertar essa vontade requer mais do que o repúdio ao terrorismo; requer a percepção de que a humanidade precisa mesmo viver em paz.

Ontem, os líderes de vários países e até mesmo os da Palestina e de Israel marcharam juntos pela paz em Paris; o dos EUA não veio. 

Não precisava ser Charlie nem referendar as grosserias dos cartunistas, mas Barack Hussein podia ter comparecido à marcha. A presença do homem mais poderoso do mundo. ontem em Paris, poderia prestigiar, quem sabe, a ideia de união dos povos contra o terror e a da harmonia entre as nações. 

Acho que Oslo poderia repensar aquele prêmio concedido ao Obama.  É que fica meio mal quando um Nobel da Paz perde uma chance de mudar o mundo, nem que seja um pouquinho só.

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