sábado, 9 de abril de 2011

O julgamento do século

Hoje, o Blog do Sakamoto traz mais uma crítica a Belo Monte. Ele reproduziu frases de ribeirinhos, pequenos agricultores e indígenas contra a hidrelétrica. O título do texto diz tudo: "Belo Monte não vai sair porque é uma farsa".

Quem quiser ler a matéria, está em http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/04/09/belo-monte-nao-vai-sair-porque-e-uma-grande-farsa/comment-page-1/#comment-68459

É bom ler esse tipo de material. Logo percebemos quem gosta dos tribunais populares. Acho que o Sakamoto gosta desse tipo de iniciativa.




Exatos dez anos atrás, a seção brasileira de uma ONG holandesa organizou um tribunal desses, em Fortaleza, para julgar o Brasil quanto aos transgênicos. A notícia voi veiculada em http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/primeiro-tribunal-popular-real/

Aquele tribunal era composto por onze pequenos agricultores e consumidores que reproduziram os procedimentos de um julgamento. Como se pode perceber, tratou-se de um julgamento absolutamente imparcial.

Minha impressão é que falta pouco para organizarem outro julgamento desse tipo em Belo Monte. Dessa vez, poderá haver até um ingrediente a mais. Quem sabe os organizadores poderão contar com a preciosa ajuda de alguns membros do MPF? Talvez seja até possível trazer um dos juízes do tribunal da OEA.

Seria interessante, pois o Procurador Felício Pontes Júnior, do Ministério Público Federal do Pará lembrou, numa entrevista recente,  que há teorias que dizem que a corte da OEA está no mesmo nível ou acima do Supremo Tribunal Federal.

E viva a independência do Brasil!!!

Esse julgamento popular contaria, então, com um procurador, um juiz internacional, uns dez juízes do povo e os advogados dos pequenos agricultores. E muitos repórteres, também. Seria realmente um julgamento justo!

Belo Monte não interessa aos cento e noventa milhões de brasileiros que dependem de sua energia, mas somente aos pequenos agricultores e comunidades indígenas que moram na região. Juntos, esses grupos são pouco numerosos, mas o que isso importa?

Só o que vale é que Belo Monte vai submergir ossadas antigas, árvores centenárias. A represa produzirá energia para o Brasil, mas isso não importa. Belo Monte inundará a terra, a terra amazônica, intocável.

Eu defendo que é injusto chamar esse julgamento de teatro, pois nas salas de espetáculo, os atores estão no palco; nesse tribunal popular, eles também estarão na plateia, sentados ao seu lado, aplaudindo e vaiando em coro.

Prevejo discursos intermináveis, monólogos e monólogos. Aplausos para os ambientalistas, vaias para os técnicos. Tudo dentro do espírito da justiça e da imparcialidade, é claro.

Já estou ansioso por esse julgamento, mas tenho um arremate final. Que tal trazer o James Cameron e sua equipe para filmar o julgamento de Belo Monte? Quem sabe se Avatar 2 não incluirá uma cena de mais uma condenação ao Brasil?

Será o julgamento do século.

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