O blog do Alon Feuerwerker caracteriza, hoje, alguns segmentos da chamada Nova Classe Média, cujos extratos têm aspirações e pensamentos diversos. Acho que é isso mesmo, só que até um certo ponto.
Há um outro aspecto a considerar. Os segmentos podem ter diferentes, mas não estão isolados entre si. Eles são interdependentes e há fluxo social entre eles. Como demonstrar isso? Uso o exemplo dos vários casos de famílias muito pobres em que os filhos conseguem, pelo estudo e trabalho, ascender a uma posição antes julgada inatingível.
Os que sobem na vida podem ter interesses diversos dos pais, mas mantêm seus vínculos afetivos e, pelo menos, grande parte dos valores do núcleo familiar.
Diferente de países europeus, há grande mobilidade social no Brasil. Por isso, quando se enxerga um certo extrato da Sociedade, não se pode considerar apenas uma fotografia do momento, mas uma sequência de fotos. Certamente, as fotografias dos segmento sociais, ao longo do tempo, revelarão suas próprias nuances.
Então, o que se pode tirar disso tudo?
Sou engenheiro e, por isso, minha primeira sugestão é obter logo uma fórmula, uma equação que considere o peso de cada variável da Sociedade e que sirva de ferramenta para a elaboração de políticas sociais.
É uma fórmula evidentemente empírica, mas acredito que factível.
Outra sugestão é, a partir da análise das fotografias, vislumbrar quais os anseios e valores de quem veio do andar de baixo. Para mim, são eles que representam a maior parte da mobilidade social e seria bom saber, por exemplo, se tendem a se apegar mais fortemente ao que conquistaram, se revelam comportamentos conservadores ou se são mais desprendidos dos valores materiais.
Essa questão deixo para quem entende melhor do assunto. Mas, daqui do meu Posto de Escuta Radiofônica, o que tenho percebido é que a Nova Classe Média apresenta-se dividida em algumas estações, mas que não há grandes diferenças na sintonia de cada uma delas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário