segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O blefe

Há dois novos ingredientes na sopa do conflito na Ucrânia. Um é o temor de Merkel, que mora bem mais perto da Rússia que seu colega americano; o outro é o blefe de Obama, que criou o factoide de fornecer armas para Kiev para pressionar o nosso homem de Moscou.
Obama e Merkel tem seus motivos e objetivos. Os blefes de Obama podem, sim, repercutir favoravelmente para abreviar o fim do conflito na Ucrânia. Propaganda vazia ou não, a notícia do fornecimento de armas americanas para a Ucrânia  preocupa e desanima até os russos mais belicistas.
Já as conversas de Merkel com Putin falando de paz, de harmonia e entendimento dificilmente surtirão outro efeito que não seja prolongar uma solução viável para o problema.
Tem gente com quem se pode conversar e há aqueles que só funcionam sob pressão. Duvido que Putin tenha escalado os degraus do Kremlin graças à sua oratória ou simpatia. Ele não é a versão russa do Tancredo Neves. Para convencer o chefão de Moscou será preciso lhe oferecer um  bom acordo, com mais benefícios do que custos. 
Se Merkel pensa em barganhar com a autonomia ucraniana diante dos patrões moscovitas,ela estará, mais uma vez, desapontando quem contava com sua liderança.

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