Não é nada disso! As causas são ideológicas, variando do anticapitalismo, passando pelo anarquismo e chegando ao vagabundismo pura e simples. Bem diferente de outras passeatas.
Setenta mil pessoas lotaram a esplanada dos Ministérios duas semanas atrás. Não quebraram vidraças, nem atiraram pedras na polícia ou picharam muros. Atrapalharam, sim, a vida do brasiliense, como todas as passeatas fazem por aqui. Quem é de Brasília sofre com o engarrafamento e a confusão que essas manifestações causam na nossa vida diária.
Os setenta mil se mobilizaram, deram seu recado na esplanada e, quando tudo acabou, foram embora sem danificar o patrimônio alheio. Foi uma manifestação sem traumas e também sem notícia no jornal.
Em São Paulo, dizem que chega a cinco mil o número de manifestantes. Quebraram vidros, picharam lojas, incendiaram ônibus, interromperam o trânsito. Vandalizaram por uma semana sem que a polícia interferisse com maior severidade. Daí, ficou claro que não estavam dispostos a negociar; quando suas lideranças se comprometiam em algum ponto com a polícia, não cumpriam o acordo.
Na quinta-feira, a situação se agravou. A polícia agiu com mais energia, prendeu algumas pessoas e cometeu um pecado. Seu gás lacrimogêneo e suas balas de borracha atingiram jornalistas e fotógrafos que cobriam a confusão.
A imprensa não gosta quando seus funcionários apanham da polícia. Agora, está mobilizada contra o governo de São Paulo. A próxima semana promete mais confusão, dessa vez contra a polícia militar. Veremos quem ganha esse cabo de guerra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário