Brasileiros que foram ao Itaquerão na quinta-feira xingaram a presidente e muitos jornalistas se apressaram a criticá-los. Não foram dez ou cem, mas uns bons vinte mil presentes, ou até mais, que fizeram um coro de aeiou contra a governante. Que eu saiba, e eu leio muito, foi ato espontâneo, bem característico da torcida num estádio de futebol.
Ofenderam a nossa mandatária como se xingassem um juiz ladrão ou um jogador do time adversário. Trajanos e Kfouris classificaram o público vaiante de gente branca, endinheirada e mal-educada. Aquele ex-presidente dos nove dedos quis colocar o povão contra os burgueses que vaiam. Disse que as ofensas partiam de seres afortunados que, diferente da nossa atual líder, nunca haviam passado fome na vida.
No mar, a lula quer convencer o polvo que as vaias e os aeious são apenas falta de educação dos que têm dinheiro no bolso, comida na panela, roupa no armário e carro na garagem.
É bem verdade que quem paga mil e tantos reais por um ingresso tem mesmo tudo aquilo, mas também é certo que a maioria dos vaiantes conquistou seus bens e direitos trabalhando duro e honestamente. Nisso, aqueles brasileiros se distinguem de parte dos governantes e, talvez, até mesmo de alguns col(m)unistas de futebol que os criticam.
Aquelas vaias e palavrões tiveram seus motivos; não vieram do nada. Pensando melhor, vieram, sim. Brasileiros honestos estamos aborrecidos por trabalhar duro, pagar impostos vultosos e receber nada ou quase nada em retorno.
É injusto dizer isso? Pode ser, mas essa é a minha percepção.
Vaias e palavrões não são ofensas, mas um recado em som alto e claro. A paciência se esvai a cada greve oportunista, cada invasão de propriedade, cada rua interditada, cada ataque de black blocs. É preciso menos leniência com os que desafiam a lei e mais competência na gestão dos interesses públicos.
Eu não estava no Itaquerão e a Globo não mostrou a vaia, mas acho que eu também xingaria quem não me respeita e não me representa.
sábado, 14 de junho de 2014
Vaias
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário