quarta-feira, 16 de março de 2011

Denuncismo barato

São treze horas e vinte e dois minutos e acabei de ouvir na CBN o comentário da Rosean Kennedy, denunciando o que considerou um absurdo. Ela reclamou da cessão, pelo Congresso Nacional, de uma sala de vinte e dois metros quadrados a uma empresa que lhe presta serviços. 
Ela frisou que aquela empresa tem um contrato de vários milhões de reais com o Congresso e que não paga aluguel pela sala, nem pelo uso da água e da luz, limitando-se a pagar um valor simbólico de vinte e cinco reais pelo uso das linhas telefônicas.
Ora, convenhamos, isso é denuncismo!
Acho bastante razoável que o Congresso ceda um espaço para que a empresa possa trabalhar no local, prestando serviços para aquela instituição. Vinte e dois metros quadrados não parecem um espaço abusivo; duvido que alguém tome banho no local, o dia todo, com chuveiro elétrico ou use um rabo quente para aquecer a água do cafezinho. É uma sala, ora bolas!
Certamente, há milhares de ouvintes que concordaram com a Rosean Kennedy sem pestanejar, afinal, se a denúncia envolve o congresso, atinge os políticos, os alvos prediletos da imprensa.
Contudo, basta um mínimo de experiência administrativa para saber que uma empresa precisa gerenciar adequadamente suas atividades num local avançado de trabalho. 
O que a Rosan Kennedy queria que a empresa fizesse? Que trabalhasse sem uma linha telefônica, sem água nem energia? Que ela montasse um barraco na esplanada?
Ah, ela acha que seria adequado que se pagasse um aluguel, num procedimento semelhante ao de um restaurante ou uma banca de jornal que funcione no Congresso. Tudo bem, pode até ser. Entretanto,  certamente o pagamento desse aluguel seria incorporado, com muita folga, no preço que a empresa cobra pelo serviço contratado. 
Acredito que, no final das contas, fica bem mais barato para o Congresso ceder o espaço do que cobrar o aluguel.
Para mim, o que parece é que aproveitam-se de uma situação adversa de baixa credibilidade das instituições para se apadrinhar, ou amadrinhar, mais uma denúncia.  
Chega de denuncismo barato!

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