O texto é de 29 de julho de 2013 e foi publicado em
http://www.d24am.com/amazonia/ciencia/residuos-organicos-da-amazonia-sao-fontes-de-biocombustivel/92223
Manaus - A possibilidade de utilizar resíduos
amazônicos como matéria-prima para biocombustíveis despertou a
curiosidade dos participantes da 65ª Reunião Anual da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na capital
pernambucana.
O trabalho ‘Prospecção de cepas fúngicas amazônicas
para aproveitamento de subprodutos da cadeia produtiva de biodiesel
visando compostagem e produção de biocombustível de segunda geração’,
que esteve disponível no estande do Governo do Amazonas, foi
desenvolvido pela pesquisadora da Universidade do Estado do Amazonas
(UEA) Antônia Souza.
A pesquisa é vinculada ao Programa Biocom,
que conta com financiamento do governo do Estado, por meio da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Estado do Amazonas (Fapeam), e
Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). O projeto já contribuiu com a
formação de dois mestres e vários alunos de iniciação científica na
região.
Segundo a pesquisadora, foram analisados dez tipos de
resíduos da região, entre eles a casca e o caroço do cupuaçu, a casca e a
semente do maracujá, as cascas da macaxeira, do urucu, do coco, do
guaraná, resíduos de pau-rosa e o bagaço da cana-de-açúcar. Os
levantamentos foram realizados nos municípios de Maués, Barcelos e
Presidente Figueiredo.
“O trabalho identificou três linhagens de
micro-organismos que podem ser utilizados na produção de bioetanol e na
compostagem. Foram realizados ensaios com êxito na produção do bioetanol
de segunda geração com dois destes resíduos e a compostagem com as
amostras dos micro-organismos selecionadas. Esses testes apresentaram
por volta de 80% a melhora de crescimento da semente do jerimum”,
afirmou Souza, que é doutora em Genética e Evolução.
As próximas
etapas da pesquisa consistem em otimizar a produção do bioetanol de
segunda geração e, ainda, pesquisar nova matéria-prima para a produção
do biodiesel. “De posse desses resultados, queremos agora tornar esse
bioetanol economicamente viável. Além disso, vamos buscar novas fontes a
partir da biodiversidade microbiana para a produção de biodiesel”,
detalha.
Para a professora da rede municipal de ensino de Recife,
Geovana Brito, a pesquisa possui grande valor científico e deve ser
usada como modelo para outras regiões.
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