sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dor de dente

Minha vida ficou difícil. Há dois dias que minha dor de dente apareceu. Hoje, ela piorou de vez. Passou o dia latejando e eu aguentei até a hora do analgésico. Finalmente, tomei-o para descobrir que a dor era mais forte que o comprimido. Tomei outro. Estou chapado.
Ontem, fui à emergência do dentista. Tiraram radiografia, analisaram, discutiram e nada descobriram de definitivo. Não há ainda um veredicto sobre as causas da minha dor. Amanhã, farei uma tomografia da minha boca, algo inédito em todos esses anos de suplício com meus dentes.
Dessa vez, parece que não tenho culpa. A dor não veio por causa de falta de cuidados ou asseio. Parece que se trata de um dente que encavala em outro. Um erro de fábricação, coisas da genética de um vira-lata.
O fato é que a dor se torna a protagonista da sua vida. Ultrapassa os projetos, os interesses e os anseios. Tudo o que se deseja é que ela termine. Ontem, dormi com ela; durante a madrugada, sonhei com ela; e, finalmente, acordei com ela.
Agora que estou chapado, consigo escrever. Terei algumas horas de alívio, mas daqui a pouco sei que ela voltará.
Dizem que a dor nos acompanha da hora de nascer até a morte. Espero que, pelo menos, eu não sofra mais desse dente. E sei que tem coisa muito, mas muito pior que isso.
Pois é. A vida é bela, mas não é fácil.

Haja comprimido.

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