Após a Primeira Guerra do Golfo, os EUA passaram a bombardear o Iraque toda vez que julgavam necessário. Fez isso por mais de dez anos. Destruíram a capacidade militar iraquiana, que em 2003 era bem menos relevante que doze anos antes. Os bombardeios surtiram efeito e Saddam Hussein não pôde mais massacrar a população curda e perseguir os xiitas.
Evidentemente, a crise síria reúne componentes mais complexos que os da siituação iraquiana dos anos noventa. Os interesses geopolíticos dos EUA e da Rússia, sem esquecer os das potências regionais, enevoam a visão do quadro. Ali, a briga envolve mais do que a luta entre segmentos da sociedade síria, mas a disputa por espaço de poder e influência.
Daí, a dúvida: será que a mesma fórmula que impediu a matança de civis no Iraque daria certo na Síria?
Essa questão puxa outra: se aquela fórmula não resolver, o que deveria ser feito, então?
Em 2003, os EUA invadiram o Iraque escorados numa mentira: a da existência de armas de destruição em massa. Dez anos depois, colhem-se evidências atrás de evidências do uso de armas químicas pelo regime sírio, o que justifica e mesmo impele a ação militar punitiva.
O cerne da questão é impedir a repetição dos crimes de guerra. O mais certo seria levar os responsáveis pelo ataque químico a julgamento em Haia, mas é preciso convencer o governo sírio a cortar na própria carne.
Talvez alguns mísseis desobstruam a Estrada de Damasco. O perigo é que eles incendeiem outros barris de pólvora, mas é certo que alguma coisa tem que ser feita.
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