As fotos das criancinhas mortas pelo ataque químico comoveram a opinião pública europeia, mas não o suficiente para convencê-los a agir. Hoje, os sites de notícias publicam que o parlamento britânico rejeitou a proposta de uma ação militar na Síria. O que pensar disso tudo?
Para começar, é bom lembrar que há um século, o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando desencadeou uma série de eventos que provocaram a primeira guerra mundial.
Considerando que a segunda guerra é consequência da primeira, podemos dizer que o tiro disparado em Saravejo provocou a morte não de um homem, mas de milhões; foi um tiro que mudou o mundo.
Tendo isso em mente, voltamos a nossos dias. Uma ação militar na Síria poderia ser desastrosa, ampliando uma guerra civil contida num país para um conflito em escala global. A percepção que a Estrada de Damasco conduz a um beco sem saída levou os britânicos cansados de guerra a negarem o uso da força contra o regime de Assad.
Daí, me vem à mente a pergunta que não quer calar: o que fazer?
Desde já, vislumbro uma saída. Uma investigação que aponte os culpados pelo bombardeio químico e levar os responsáveis para julgamento no Tribunal Internacional Penal de Haia.
Tudo indica que foi tropa do governo que disparou as bombas químicas. É difícil convencer Assad a cortar na própria carne. Afinal, lembremos que ele também se equilibra no fio da navalha e naquelas bandas demonstrar fraqueza equivale a enrolar a corda no pescoço. Contudo, o instinto de preservação também conta e sempre vale lembrar que perder os aneis pode não ser tão desastroso se ficarem os dedos.
Deixar de agir não me parece uma boa alternativa. Nada adiantará empurrar o problema com a barriga e deixar os sírios se matarem uns aos outros até que se escorra o último copo de sangue.
É verdade que há monstros de um lado e do outro daquela guerra civil, mas também há inocentes e muitas criancinhas no meio disso tudo.
Se a ação militar é perigosa, deixar de agir não resolve nada. O problema é difícil, mas tem que ser resolvido.
É hora do presidente do país mais poderoso do mundo decidir o que fazer. O hemisfério ocidental precisa que seu líder tome a iniciativa e mostre o caminho a seguir. Nem que ele leve mesmo a Damasco.
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