sábado, 29 de setembro de 2012

Herzog

Fim de outubro e lembram, mais uma vez, da morte do Wladimir Herzog.
Não sei como mataram, porque mataram ou até se mataram mesmo o Herzog. Sei que ele morreu e que sua morte aconteceu há trinta e sete anos. 
Nessas quase quatro décadas, muitos e muitos morreram e ainda morrem sob a tutela do Estado, em presídios ou em celas espalhadas pelas delegacias desse país. 
Herzog podia ser inocente. Certamente, muitos encarcerados mortos também eram. Tenho pena de todos, mas, em todos esses quase quarenta outubros, a esquerda que nos domina não se lembra  dos que ainda morrem nos presídios sob sua guarda e não nos deixa esquecer de Herzog enforcado na cela. 
A esquerda usa Herzog para que o fedor de seu cadáver empesteie a memória dos governos militares. Não adianta dizer que os militares fizeram isso, aquilo ou aquilo outro de bom,  porque sempre haverá um vermelho a exibir as fotos do corpo de Herzog, inerte e pendurado pelo pescoço.  
Herzog é um mártir da esquerda, uma espécie de Tiradentes vermelho.  Não é sequer necessário que alguém assuma tê-lo assassinado, pois mesmo que ele tivesse tirado sua própria vida, sua imagem de inocente morto é tão forte quanto a do Che Gevara estampada numa camiseta.
Outubro vai e outubro vem e é certo que o fantasma de Herzog voltará a nos assombrar.

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