Ufa, depois de três meses desde que cheguei do Chile, minha mudança finalmente tem dia e hora para chegar. Logo deverei receber minhas roupas, sapatos e TV. Deixarei de depender de um único par de sapatos para eventos sociais e cotidianos e poderei assistir meus programas em dezenas de polegadas de uma tela plana. Por falar na danada da televisão, ela me
causou um baita prejuízo pelo pagamento do imposto de importação, mas, tudo bem; valerá à pena.
Ontem, estávamos assistindo ao Arquivo N (da Globonews), que era sobre a
Rita Lee e quase todo o programa tratava de cenas e entrevistas do
início da década de 80. Comentei com minha esposa que a vida de 30 anos
atrás não era assim tão diferente da nossa de hoje em dia. Ela
discordou; disse que os computadores provocaram uma revolução na vida
das pessoas.
Realmente, as tecnologias da informação revolucionaram nosso jeito de
trabalhar e se divertir. Eu, que tanto aguardo a chegada da minha TV,
quase não fico mais à frente do aparelho. Tenho visto mais filmes no meu
computador e no iPhone do que na televisão. No trabalho, passo o meu
dia basicamente digitando arquivos e preenchendo banco de dados. Ali, também vivo colado numa tela plana.
Mas se é verdade que o computador modificou o trabalho e o lazer, ele
não alterou a ordem das nossas preocupações mais importantes. Assim como
meu pai no início dos anos 80, eu também focalizo minha vida na
educação dos meus filhos, no bem estar da família e no meu crescimento
profissional. Uso meu carro em praticamente todos meus deslocamentos e reclamo dos congestionamentos; vivo em apuros com as contas para pagar e tenho vontade de chorar quando
recebo o contracheque; e, mais notável ainda, me revolto com a vagabundagem que impera no nosso País.
Vamos convir que o mundo não mudou quase nada em trinta anos, não é mesmo?
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