quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Acesso às Tecnologias Disruptivas - Natalino Uggioni

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Acesso às Tecnologias Disruptivas

A quarta revolução industrial, a era baseada nos sistemas cyber físicos, já é realidade; estamos vivendo a era das transformações digitais, com a evolução para os sistemas cognitivos na qual é necessário que as empresas insiram em seus processos novas tecnologias, modernas e estratégicas, como: Big Data, Machine Learning; IoT - que otimiza processos industriais e pode ser aplicada a diversas atividades produtivas, Cloud - que é a nova plataforma de inovação para as empresas, Blockchain, conexão em tempo real, inteligência artificial, sistema de suporte à tomada de decisão e decisões automatizadas, sistemas ciber físicos, integração dos sistemas, entre outros.
Esse processo evolutivo começou com a digitalização na fase da informatização, seguida da etapa de conectividade e prosseguiu para a que hoje é denominada indústria 4.0, ou ainda manufatura integrada, um processo de evolução e inovação tecnológica cujos métodos industriais e empresariais de produção devem contemplar: visibilidade (ver o que está acontecendo), transparência (entendimento do porquê acontece), capacidade preditiva (estar preparado para o que virá) e adaptabilidade (apresentação de respostas rápidas). Nesse contexto a Internet das Coisas (IoT) facilita a ponte entre o mundo físico e o digital, tudo habilitado pela evolução da infraestrutura tecnológica, cenário em que os dados são considerados o recurso natural do século XXI.  Sobre os dados mundiais, 90% deles foram criados nos últimos 2 anos, 80% dos quais são dados não-estruturados e 50% dos líderes de negócios apontam não terem acesso aos dados que necessitam.
Ainda incipiente no Brasil para um grande número de empresas, é relevante que os gestores e líderes percebam, o mais rápido possível, a importância de iniciarem ou darem sequência e investirem em tecnologias e ferramentas que as coloquem ou, pelo menos, as aproximem mais do mundo 4.0.
Os passos para as empresas atingirem esse nível passam pela implantação de manufatura enxuta (Lean Manufacturing), eficiência energética, produção mais limpa e digitalização de processos e os níveis de adequação a esse cenário podem ser subdivididos em: Geração 1 – empresas que possuem tecnologias digitais e isoladas; Geração 2 – empresas com tecnologias digitais em poucas áreas; Geração 3 – empresas que tenham plataformas integradas e Geração 4 – empresas com plataformas integradas, mais big data analytcs
Estudo realizado recentemente pela CNI aponta que, em 2017, somente 1,6% das empresas brasileiras estavam no nível geração 4, porém, aproximadamente 25% delas projeta estar nesse nível em 2027. Portanto, as empresas inovadoras devem continuar evoluindo na fronteira tecnológica; empresas competitivas precisam acompanhar a fronteira da competitividade e as empresas que estão atrás, em níveis mais baixos, precisam encurtar distância da fronteira produtiva e evoluir na fronteira tecnológica.
Apesar do avanço em algumas empresas nos últimos anos, ainda existe um grande gap de conhecimento em relação à essa revolução digital e cognitiva e seus impactos em boa parte delas, bem como, das muitas oportunidades ocultas que podem existir por trás disso. Cabe destacar que já temos exemplos de boas iniciativas por parte de alguns atores (da tríplice hélice: governo, academia e empresas), mas ainda há um grande desconhecimento das oportunidades e do valor agregado que o engajamento nesse mundo, por meio da Inovação, independentemente da forma se inovação aberta (open innovation) ou não (inovação aberta consiste na utilização e exploração da participação externa para acelerar a inovação, com o princípio de que, fora dos limites físicos da empresa, há uma quantidade enorme de mentes das quais poderão vir novas e diferentes ideias e soluções para os problemas que estão na pauta das discussões internas; e com a possibilidade de serem ainda melhores e mais eficientes que as ideias internas).
Programas que incentivam o empreendedorismo e a geração de novos negócios, novos projetos e novos processos de produção, criação de novas empresas (startups), promoção de ações inovadoras e indução da inovação de acordo com os desafios empresariais, têm sido uma constante e ganham espaços importante na pauta das empresas. Isso mostra que elas estão percebendo a necessidade de se reinventarem, de modo a não se tornem irrelevantes pela concorrência e isso vale para todos os setores. Investimento em economia criativa; mentes criativas (com espaço para criação) criam novas soluções, novas formas mais rápidas e eficazes para realização das tarefas e também para o desenvolvimento de novos modelos de negócios.
Esse ritmo de mudanças deverá ser acelerado com a chegada da geração (mais) digital, que se materializará numa sociedade digitalizada, gerando dados dos quais poderão ser extraídas previsões de todo tipo, para alimentar o fluxo integrado em toda a cadeia. Usando e cruzando esses dados, as máquinas e equipamentos se tronarão mais inteligentes e isso se reverterá em um futuro diferente, de modo que não importa qual o estágio em que a empresa se encontra nesse universo 4.0, urge que ela não deixe de avançar e acompanhar a evolução de modo a continuar viva e fortalecida, com um novo jeito, com formas diferentes de se fazer negócios e de ganhar dinheiro.
Os novos modelos de negócios estão mudando e em ritmo intenso, mais integrados, cada vez mais conectados, inteligentes e servitizados (migrando para a oferta de serviços e soluções para os clientes e o mercado e menos de produtos). As empresas oferecerão mais que o produto, oferecerão um serviço amparado em uma plataforma de soluções; isso, certamente, impactará na competitividade empresarial.
Essa nova era com consumidores conectados e empoderados, com novos comportamentos e com tecnologias transformadoras que exigem e exigirão cada vez mais, e mais rapidamente, uma profunda transformação nos modelos de negócios. Gestores e equipes precisarão ser requalificados para esse novo cenário.
Ninguém mais adquiri qualquer equipamento de TI para uso pessoal que não se conecte à internet; máquinas modernas já saem da fábrica com a possibilidade de conexão na rede mundial e isso já impacta, e impactará cada vez mais, a cadeia global de valor, em função de toda essa tecnologia envolvida.
Entre as barreiras para implementação de todas essas ferramentas, processos e metodologias que sustentam e que levarão as empresas para o mundo 4.0 está a necessidade de investimentos que as empresas poderão estruturar na forma de um programa de inovação e melhoria para pleitear recursos junto aos órgãos de fomento, com juros subsidiados. Se a elaboração da proposta, na forma de projeto, contar com o apoio de profissionais qualificados, tanto maior será a chance de sucesso no encaminhamento para fins de captação de recursos, a juros baixos. Isso tudo bem “arrumado” e organizado na forma de um bom programa de inovação em processo, muito provavelmente, encontrará amparo ao pleito.
Natalino Uggioni

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