sábado, 5 de setembro de 2015

Botes de refugiados

No início do ano, os europeus se indignaram com o ataque ao Charlie Hebdo e muitos no velho continente demonstraram sua contrariedade com a comunidade islâmica, de onde vieram os assassinos dos cartunistas.
Agora, a imagem do menininho morto numa praia turca provoca o efeito oposto e há quem saia às ruas exigindo que seus governos acolham os milhares de refugiados da guerra síria. Às vezes, a opinião pública europeia flutua ao sabor das ondas de um Mediterrâneo em noite de tempestade.
Acontece que muitos outros menininhos sírios morreram e morrem na guerra civil em seu país e os maiores culpados disso não são os líderes europeus, o Obama ou mesmo o Putin. Entendo quem se comova com o triste corpinho de criança na praia turca, mas também compreendo quem não queira arcar com os custos de uma guerra que não é sua.
Há tempos que a primavera árabe de Damasco se transformou num inferno. Agora, como encanto, os botes lotados de fugitivos levam a crise humanitária para as praias do norte do Mediterrâneo e reforçam o ceticismo sobre a própria viabilidade da União Europeia.

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