domingo, 19 de abril de 2015

Mare nostrum

Os sites de notícias de hoje destacam as imagens da execução de prisioneiros do Estado Islâmico numa praia da Líbia. São imagens que se repetem e formam um imenso mosaico com outras imagens, as dos refugiados líbios que buscam uma chance de escapar do inferno. Milhares se aventuraram e morreram tragados pelo mar.
A queda do tirano Kadhafi não trouxe uma vida melhor para os líbios, mas atrocidades ainda mais cruéis e guerra sem fim.
Que lições tirar disso? 
A primeira e maior de todas é que a paz não surge do fim da última batalha. Vencer a campanha militar é apenas uma etapa necessária, mas nunca suficiente. 
A Europa que enviou seus bombardeios contra os facínoras do Kadhafi é a mesma que, falida, não conseguiu impor a estabilidade na Líbia e agora recolhe os mortos da fatal travessia do mare nostrum.
Onde está o erro? O que deveria ser feito?
Eis a tragédia. Provavelmente, nada poderia nem mesmo poderá alterar o destino daqueles que tiveram o infortúnio de nascer no lugar errado, no momento errado.
O Mediterrâneo traga mais do que infelizes corpos naufragados, mas também toda esperança de que feitos espetaculares poderiam redimir a humanidade de seus pecados.

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