sábado, 8 de setembro de 2012

Pau que bate em Chico baterá em Francisco.


Nas última semanas, o blog do Reinaldo Azevedo está praticamente todo ocupado por textos sobre o julgamento do mensalão. Quase não trata de mais nada, parece que nossos destinos se definirão pelo resultado ditado pelos ministros do STF aos réus daquele esquema de corrupção.
Eu já ia reclamando disso quando, num raro lampejo, me dei conta que o futuro deste país depende, sim, desse julgamento.
Já disse isso antes por aqui, mas enfatizo. A maioria dos  brasileiros não se dá conta que duas forças antagônicas disputam o poder de ditar o que é certo e o que é errado. O ruim é que o lado mau está vencendo; o bom é que há cada vez mais gente se dando conta disso.
O que o julgamento tem a ver com isso? Vou explicar.
Ao privilegiarem o entendimento de que o que vale são fatos que ocorreram; e não apenas os que constam dos autos, os ministros derrubam a principal trincheira dos advogados. Isso é auspicioso, pois, agora, um bom defensor poderá até minorar a pena, mas não conseguirá livrar o criminoso da condenação.
Daí, espera-se que não haja mais a certeza da impunidade e isso, por si só, iniba o cometimento de novos crimes.
Deixa de ser certo fazer o errado; passa a ser temerário fazer o mal escudado na suposição que a Justiça não funcionará, que as brechas da lei abrigarão o malfeitor.
Cai o discurso daqueles que fazem o mal porque outros o fizeram e não foram punidos. Uma boa causa deixa de ser motivo para más ações e os fins não mais justificam os meios.
Os advogados reclamam que esse entendimento do STF debilita o arcabouço das garantias individuais. Contudo, ele diminui a distância entre os brasileiros despossuídos de defesa e aqueles com recursos para contratar os melhores e mais caros advogados.
De agora em diante, pau que bate em Chico baterá em Francisco.
Sou otimista e  acho que o resultado do julgamento ajudará a superar a grande crise moral que nos abate há tanto tempo.

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