domingo, 5 de agosto de 2012

Jack Bauer

Este texto segue com bem uns dez anos de atraso. Graças ao Netflix, estou assistindo à primeira temporada do 24 horas, que foi ao ar em 2001, pouco depois dos atentados do 11 de setembro.
Já fazem onze anos, mas lembro que comecei a acompanhar o seriado a partir dos últimos episódios de 2001. Comecei e não parei mais. No total, foram oito temporadas e eu não perdi mais nenhuma hora das que foram exibidas sobre a vida de Jack Bauer.
O agente da Unidade Contra Terrorismo do governo americano é um personagem no mínimo controverso. Minha esposa, por exemplo, o considera um crápula; para mim, ele é um sujeito complicado, que busca o bem, mesmo que tenha que fazer muita maldade para conseguí-lo.
No final das oito temporadas, Bauer se transformou quase numa paródia de si mesmo. Finalmente, pude vê-lo no início de sua trajetória, quando Kiefer Sutherland ainda o construía, dando vida à personagem mais importante de sua carreira artística.
O Jack Bauer de 2001 era um sujeito muito mais próximo do homem comum, com suas virtudes e falhas. Jack errava alguns tiros e também dava suas mancadas. Estava longe do super-herói que se tornaria ao longo da série.
Bauer foi a encarnação do governo Bush, pego de surpresa pela violência dos atentados e que via a si mesmo como o dono infalível da verdade e da virtude.
O ambiente político do início da última década contribuiu para o estrondoso sucesso do seriado. Foi um dos melhores programas que assisti. Lamento que tenha perdido episódios de 2001. Eles fizeram falta quando tentei entender o Jack Bauer que foi se tornando menos humano e vulnerável com o passar do tempo.
Mais que um homem complicado, Bauer encarna o comportamento dos Estados Unidos do governo Bush, bem intencionado, mas violento e amoral em sua luta anti-terror.
Assim como o governo Bush, também comemoro que todas as 24 horas da vida de Jack Bauer tenham terminado.








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