O atentado nos lembrou mais uma vez da ameaça do terrorismo islâmico, que se desdobra há décadas em cenários e ocasiões diferentes.
O Brasil, situado a dez mil quilômetros do foco do problema, não tem sido alvo dos ataques. Mesmo assim, nossa vizinha Argentina recebeu um duro golpe vinte anos atrás, com as bombas na Associação Mutual Israelense Argentina (AMIA), no coração da numerosa comunidade judaica de Buenos Aires.
O atentado na AMIA foi atribuído a um grupo iraniano; sua motivação visou claramente atingir Israel.
O massacre da última semana, por sua vez, visou castigar os cartunistas da Charlie Hebdo e reforçou a mensagem de que ninguém pode se julgar livre do terrorismo islâmico.
A questão da imigração islâmica na Europa favorece, mas não é a causa dos atentados terroristas. Os imigrantes são uma variável da equação que não pode ser suprimida. Eles não regressarão a seus países de origem e qualquer tentativa de segregá-los apenas provocará novos focos de tensão.
A política tem que estabelecer metas que favoreçam a harmonia entre as comunidades e dificultem o surgimento do radicalismo.
O terrorismo é um fenômeno muito amplo e seu combate exige determinação política. Em resumo, será preciso buscar novas soluções e aceitar as consequências da luta. Isso pode incluir alianças com velhos adversários no âmbito político ou mesmo a adoção de métodos de investigação hoje inaceitáveis.
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