O que fazer com a África?
Eis uma pergunta difícil e cretina.
O conceito da autodeterminação dos povos dá abrigo ao pior da espécie humana. Atos os mais cruéis são tão comuns que nem chocam mais. Não há punição, nem barreiras morais aos criminosos e quando a França intervém no Mali, justamente para impedir o crescimento da Jihad islâmica, os intelectuais e jornalistas franceses acusam seu governo de imperialista.
Para piorar o cenário, os EUA, até outro dia os líderes da civilização ocidental, resolveram sair de cena e deixar a turba se matar sozinha.
É difícil perguntar o que fazer diante de um massacre na Nigéria, pois não há resposta isenta de críticas.
Intervir significa ser imperialista; não fazer nada é deixar que o mal se perpetue impunemente.
É errado se meter na vida alheia, mas é pior ser omisso.
O lógico nesses casos seria fazer o menos errado.
Mas, daí vem a cretinice. Fazer o menos errado é gastar dinheiro do povo para resolver o problema dos outros. O estimado público eleitor quer pão e circo, mas reclama do preço do ingresso.
Enquanto os leões comerem os cristãos na arena, tudo bem; mas sempre há o risco de um animal desses pular para a arquibancada.
Na semana passada, o bicho feio e cruel do terrorismo resolveu dar um passeio em Paris. Depois disso, demos um pouco mais de atenção aos nigerianos devorados na arena.
Mas, como diria o filósofo Bambam: "faz parte!"
Sendo otimista, digo a mim mesmo que a tragédia pode ter um lado bom se a política aceitar o desafio de responder mesmo as mais difíceis e cretinas perguntas.
Mas aí, me estabanco na realidade e cito outro filósofo: "é ruim, heim?"
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