A história se passa na Rússia, em meados do Século XIX, não se trata de um romance policial, mas de um drama psicológico com um fundo moral. Quem cometeu o crime foi castigado.
Cento e cinquenta anos depois, neste nosso Brasil do Século XXI, a história seria diferente daquela da Rússia dos czares. Aqui, sobram crimes e faltam castigos.
É assim há muito tempo, e tem piorado.
Em São Paulo, na semana passada, quem quebrou vidraças, incendiou ônibus e atirou pedras na polícia ficou impune.
Quando a polícia finalmente reagiu a altura, acabou machucando alguns jornalistas e a imprensa não gosta de apanhar de policiais. Logo, os jornais publicaram referências à ditadura militar.
No regime militar, os filhos da classe média apanharam dos militares. Pouco importa se os mais pobres se beneficiaram dos anos de crescimento econômico e de pleno emprego. Não interessa se o 31 de março livrou o Brasil de uma ditadura comunista. A classe média não gosta de apanhar de soldados da PM ou do Exército.
As manifestações de São Paulo têm nuance ideológica e diferentes motivações, que passeiam entre discursos anticapitalistas, passam pelo anarquismo e chegam até o vagabundismo pura e simples.
Ah, o que escreveria Dostoievski se vivesse nos nossos tempos? Acho que seria apenas crimes, mas sem castigo.
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