sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ser lido

Esqueçam a frase famosa, aquela do "penso, logo exito". Eu imaginava que ela era de algum filósofo grego, mas a maravilha da Wikipedia acaba de me ensinar que foi de Descartes, aquele matemático francês que muita gente não gosta porque o considera cartesiano.

Não, a frase do francês já teve sua época. Hoje, o mais correto seria: "sou lido, logo existo".

Anos atrás, li o Chatô, aquele livro do Fernando Morais. Achei emblemática a frase de Assis Chateaubriand de que se um jornalista queria ter opinião, deveria comprar seu próprio jornal.

Os tempos mudaram e também os valores. Hoje, temos acesso instantâneo a notícias e, outro dia, me surpreendi com a notícia de uma moça leiloando sua virgindade. Por outro lado, no que tange à opinião, qualquer um pode escrever e publicar seu pensamento na Internet. Basta ter um blog. Eu tenho o meu e não pago nada por isso.

Então, é fácil escrever e publicar, o difícil é ser lido. O sujeito para ser bom mesmo é aquele que escreve, é lido e comentado. Alguns conseguem espaço e até patrocínio para isso.

Os donos do dinheiro não se preocupam mais tem montar seus jornais. Fica mais fácil comprar os jornalistas. Afinal, nossa imprensa é pródiga em repórteres companheiros e colunistas camaradas.

Daí, pessoal da estrelinha vermelha deve ficar incomodado quando se publica a notícia da maracutaia de uma governante viajar num avião da FAB, gastando o dinheiro do povo para tratar de interesses de seu partido.

Tenho certeza que a imprensa chapa-branca não vai noticiar esse fato. Afinal, em tempos de leilão de himen, opinião também tem seu preço.

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