sábado, 13 de outubro de 2012

Chute no saco e dedo no olho

Outro dia, lamentei que a mídia esteja tratando quase que exclusivamente do julgamento do Mensalão e das eleições de São Paulo.

Sem dúvida, são assuntos da maior relevância, mas, como se diz no popular, o buraco é mais embaixo.

A briga de verdade não se resume à condenação dos corruptos ou à eleição para a prefeitura importante do Brasil. A porrada tá comendo mesmo é na disputa do bem e do mal neste País.

Peraí, deixa esclarecer que eu não sou e nem pretendo ser algum desses profetas do apocalipse que pipocam no notíciário brasileiro. Não sou vidente, mas também não sou cego.

Já faz tempo que presenciamos à velha guerra por corações e mentes. Ela é tão rotineira que nem nos damos mais conta de sua gravidade.

Nessa disputa vale unhada e dedo no olho. A turma do mal joga sujo. Torce e retorce a verdade, mente descaradamente, cospe na cara, xinga a mãe, grita alto e levanta as duas mãos na hora da contagem dos votos. 

O pessoal do bem não deveria tentar igualar essas maldades. Não dá para ganhar dos profissionais do mal onde eles são mais fortes, mas podemos berrar bem alto toda vez que presenciarmos alguma mentira.

Como sou do bem, darei meu berro.

Eu mantenho um banco de dados com as principais notícias que vou recolhendo da imprensa. O arquivo já tá meio pesado e resolvi apagar alguns registros.

Daí, encontrei essa manchete do dia 19 de abril do ano passado: "Agronegócio e hidrelétricas intensificam conflitos no campo, diz analista".

Para quem quiser ler, o texto está em http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2011/04/agronegocio-e-hidreletricas-aumentam-conflitos-no-campo-diz-analista

Li a matéria e descobri que o tal analista da manchete era o padre Dirceu Fumagalli, coordenador Nacional da Comissão Pastoral da Terra.

Resumo da ópera: a mídia "companheira e camadara" botou o termo "analista" na manchete da matéria, quando o termo correto seria "militante".

Quem leu a notícia desatentamente ficou com a impressão que houve um estudo sério e imparcial sobre os impactos do agronegócio e das hidrelétricas no meio ambiente.

Não foi o caso. O padre Dirceu, além de Xará daquele outro grande expoente da turma do mal, é um poderoso militante das chamadas "causas sociais e ambientais". Ele soltou uma frase emblemática logo no final da entrevista: "O modelo de desenvolvimento do agronegócio ainda conserva o que é de mais retrógrado e abominável: o trabalho escravo"

E pimba na gorduchinha! O tal analista vinculou agronegócio à escravidão. É como aquelas mensagens subliminares, escondidas nas propagandas, que entram na nossa mente sem nem percebermos.

O sujeito lê a matéria e já conclui: "esses ruralistas são uns sanguessugas destruidores da natureza!"

Golaço dos ambientalistas militantes! Só que foi de mão, e de mão não vale. Ou será que vale?

Esse é um dos muitos e muitos exemplos do jogo sujo que tá rolando sem que a gente se dê conta. Como não sou bom em morder a orelha dos outros, dou meu berro por aqui.

E durma-se com um barulho desses!

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