Não se pode conformar com tratamentos desiguais. A dor da injustiça é mais aguda que a da injúria. A Lei vale para todos e a maior ofensa é a desigualdade. Isonomia não diz respeito apenas à questão salarial; antes de tudo, é um princípio.
Foge ao bom senso a existência de uma comissão que investigue apenas um lado da história e se intitule que é da Verdade. Não pode haver verdade onde há apenas meia-verdade. Meias verdades são completas mentiras.
Militares obedecem, cumprem missões que outros recusam, e, algumas vezes, morrem. Tantos morreram no Haiti e agora na Antártica. Mesmo assim, não se notam lágrimas nas faces daqueles que conduzem este país.
Pior que a indiferença é saber que há outros que não obedecem, recusam missões e são premiados com altos salários. Uns se limitam a cumprir suas horas de expediente tal como uma missa de corpo presente; auditores e delegados recém admitidos recebem salários mais elevados que generais com quase quatro décadas de serviço. Os soldos das praças não condizem com o trabalho que desenvolvem e são muito, mas muito menores do que o de outros servidores de nível médio.
Tudo isso dói na alma, mas militares são resistentes, generosos e abnegados. Sim, são tudo isso, mas sua resistência, generosidade e abnegação não significam resignação e muito menos concordância.
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