quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Contradições

Um amigo me mostrou a capa de uma revista do PCdoB solidarizando-se com o povo norte-coreano pela perda de seu grande líder, Kim Jong Il, morto semana passada. Os comunistas brasileiros consideram o falecido ditador como um arauto da luta anti-imperialista, um verdadeiro herói. Difícil engolir essa.


A CNN divulgou alguns hábitos daquele ditador. Para começar, ele, reconhecidamente, era um apreciador de bons vinhos; depois, mantinha uma coleção particular de filmes estrangeiros. Isso num país onde literalmente milhões morrem de fome e a população está submetida a uma censura feroz.


O falecido fanatizava seu povo, que mantinha por ele verdadeira adoração. Talvez por isso, na comunista Coréia do Norte o poder passa de pai para filho; de filho para neto.  


A solidarieade ao sofrido povo coreano me parece apropriada; enaltecer o ditador morto, não.


Em outubro, o PCdoB viveu uma grave crise com a revelação dos indícios de corrupção no Ministério dos Esportes. Não entrarei muito no mérito da justiça, ou não, dessas acusações, mas vale reler o artigo "Da guerrilha ao poder e a suspeitas de corrupção", publicado no Globo de 19 de outubro.  O texto revela que o discurso de uns é bem diferente da prática de outros.
 

O extermo oriente fica muito longe do Brasil e, para nós, as notícias sobre os mandos e desmandos naquela região servem somente para compor o imenso mosaico do nosso mapa-mundi. Contudo, nos interessa, sim, a trajetória e as contradições do grupo que protagonizou a Intentona de 1935. 


Não preciso mesmo me posicionar sobre o que é certo ou errado. No palco da História, aqueles atores, hoje travestidos de defensores da democracia, já mostram eles mesmos que não são o que dizem ser.


Os que sabem ler que leiam e alcancem as suas conclusões.
 

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