Estou no Chile, um país onde não há saúde nem educação pública, onde dez porcento da população retém metade da renda nacional.
Os chilenos vivem num país muito limpo e organizado, onde se paga pouco imposto, mas onde há pouca proteção social. Eles levaram o neoliberalismo às últimas consequencias, mas não tenho coragem de criticá-los.
No Chile, não há saúde nem educação gratuitos, mas os chilenos pagam poucos impostos. No Brasil, pagamos muito imposto, mas também não temos saúde e educação que valha todo o dinheiro que o governo arrecada.
Pergunto: e daí? Eu mesmo respondo: daí nada! O problema não é pagarmos muito imposto. O problema é não recebermos os serviços que pagamos.
O que o cidadão quer é ser respeitado. Pagar suas taxas e obrigações e ter o devido retorno. Ele quer que o dinheiro público seja bem aplicado e que o corrupto e o corruptor vão para a cadeia.
Na hora que as pessoas tiverem a percepção que os desonestos são punidos e que os serviços públicos são realmente prestados, garanto que diminuirá a rejeição por novos impostos.
Afinal, ainda há muitos brasileiros que precisam ser resgatados da miséria e dinheiro não nasce em árvores. Mas ninguém quer fazer papel de otário nessa história.
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