Guerra é mais do que disputa por território, mais do que o desejo de eliminar o adversário, mais do que um instrumento de poder.
Guerras não se ganham com armas mais modernas, exércitos treinados ou estratégias bem elaboradas. Tudo isso é essencial, mas a guerra requer mais do que isso.
A guerra nada mais é do que a expressão da vontade coletiva levada ao extremo da violência.
Homens que foram à guerra relataram que continuaram combatendo movidos pelo compromisso com seus companheiros. Matavam e morriam pela união de seu pequeno grupo.
Em nível mais elevado, a vontade coletiva motiva o povo a apoiar a guerra e suportar suas privações.
No plano moral, a guerra se entrelaça com a política.
Eis, então, outro cerne da questão ucraniana: a determinação dos russos em manter o conflito, numa vontade alicerçada mais na união da nacionalidade do que no temor dos mísseis da OTAN.
Putin prolonga a guerra para abafar a independência da Ucrânia; os russos a apoiam por compartilhar a nacionalidade com os separatistas, que são russos da periferia, mas russos, sim.
O centro de gravidade desse conflito não é Putin, mas a vontade do povo russo em apoiar os separatistas. Quebra-se essa vontade por meio de ações no plano moral e material. O envio de uma frota americana ao Mar Negro que eu tanto defendia um ano atrás apenas reforçaria a guerra. Os russos não temem o conflito, pelo contrário. Também não temem a pobreza ou a miséria, companheiras de tanto tempo.
O apoio da Rússia aos separatistas diminuirá quando seu povo perceber que essa é uma guerra injusta e que não vale a pena de ser lutada.
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