Ontem, li um relato de um repórter da BBC que esteve na Crimeia em meados de fevereiro. Enquanto o governo Yanukovych dava seus últimos suspiros, já havia agentes russos infiltrados na península, controlando suas rotas de acesso e preparando o terreno para sua anexação à Rússia.
A ocupação da Crimeia não foi precipitada. Ela foi planejada com antecedência e executada em sigilo.
Em seu discurso na última terça-feira, Putin deu o recado de que não pretende invadir a Ucrânia. Transmitiu uma mensagem clara e direta, mas não sei se podemos confiar no que ele disse.
Discordo que o ocidente tenha tripudiado da Rússia depois do fim da União Soviética, pelo menos não depois que Putin substituiu Yeltsin como mandatário em Moscou. Pelo contrário, os EUA foram muito tolerantes com a ação russa na Chechênia, onde a população local foi sacrificada, e na Georgia, que teve sua soberania violada pelos russos.
Nos últimos meses, a Rússia vinda ampliando seu prestígio na comunidade internacional, impedindo a ação norte-americana na Síria e explorando habilmente os jogos olímpicos de inverno. Acredito que o episódio na Crimeia vai tirar alguns pontos dos russos no tabuleiro do jogo das nações.
Putin é muito bom tático, mas parece não ser um bom estrategista.
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