domingo, 25 de agosto de 2013

Conflito no Oriente Médio

  1. A situação no Oriente Médio nos interessa mais do que se costuma supor. Isso, não só pela siignificativa parcela de nossa população com descendência árabe, mas por laços que a maioria dos brasileiros ignora. 

    Quarenta anos atrás, a escalada nos preços do petróleo nos levou a estreitar relações com o regime de Saddam Hussein, uma parceria com desdobramentos na nossa indústria automobilistica e bélica, no desenvolvimento da tecnologia nuclear e em diveras obras da construção civil.
    Décadas depois, um ex-presidente tentou projetar sua influência política na região, com um ousado movimento em direção ao Irã. Fez isso em conjunto com a Turquia, mas sofreu forte oposição de outros países tanto da região como do resto do mundo. Foi rechaçado e sua reputação sofreu alguns arranhões.
    A turbulência política, habitual no Oriente Médio, tem se intensificado. Para explicar os acontecimentos, muitos enxergam apenas a ação das grandes potências, mas fica cada vez mais claro que qualquer análise tem que abordar os interesses dos atores locais. Para entendê-los, é preciso conhecer a cultura e o pensamento árabes. Já trabalhei por ali e posso dizer que isso é muito complicado.
    Não é segredo que a ONU pretende que o Brasil contribua com tropas para uma força de manutenção de paz no Líbano. Não consigo pensar em melhores soldados para essa missão, mas ela é muito perigosa. Há evidentes riscos para a vida dos nossos militares e mesmo para o prestígio de nosso país.
    Para o observador isento e distante, já é difícil entender a sucessão de conflitos no Oriente Médio. Essa dificuldade aumentará muito quando brasileiros começarem a morrer por ali.

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