quinta-feira, 27 de junho de 2013

Só sei que é assim

Sérgio Buarque de Holanda disse que o brasileiro é um povo cordial. Isso não quer dizer pacífico, mas temperamental, impulsivo, mercurial. 
Por aqui, dentre tantas outras barbaridades, monstros arrastam pelas ruas meninos de cinco anos presos no carro roubado; filhas matam os pais em busca de herança; mulheres e goleiros cortam maridos e amantes em pedacinhos. A crueldade aflora sob o quente impulso do ódio ou do frio prazer de matar. 
Somos assim desde há muito tempo. Lembrem-se de índios massacrados pelo branco ou do Bispo Sardinha devorado; dos degolados na revolução federalista, dos massacres de Canudos e do Contestado. Lembrem-se do chicote da escravidão e de Tiradentes enforcado.  
Não, o brasileiro não é mesmo pacífico, nunca foi, nem nossa índole é tão boa assim. 
É pena que a banda toque desse jeito por aqui. O motivo? Respondo como João Grilo. Não  sei qual a razão, só sei que é assim mesmo. 
Por enquanto, vamos bem, mesmo sob vaias e protestos, mas quem atiçar o fogo da nossa gente pode se chamuscar muito feio.

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