Aí, não dá...
A Lei da anistia não se destinou a perdoar assassinos, ladrões, terroristas, guerrilheiros ou torturadores. A sua finalidade foi apaziguar o País e oferecer condições para a redemocratização. O perdão aos criminosos foi uma condição para esse apaziguamento.
Podemos pensar na anistia como um marco na história do Brasil. Quem viveu naquela época sabe que o governo militar a partir de 1979 estava longe de ser uma ditadura. De 1979 a 1985, o cenário político do país caminhou em passos largos para o fim do regime militar; o movimento político foi tão intenso que a ARENA, maior partido do Ocidente e base de sustentação do governo, foi esfacelada nesse período. Assim, a Lei da Anistia pode ser entendida como um tratado de paz.
Os objetivos explícitos na lei que criou a Comissão da Verdade atentam contra a paz estabelecida pela Anistia, sobretudo porque focam apenas os crimes cometidos pelos agentes do Estado e não se preocupam em esclarecer os crimes cometidos pelos "bandeiras vermelhas". Isso é inaceitável.
Homens de bem não têm medo da verdade; mas esclarecer apenas metade dos fatos é ditar meia verdade e distorcer a história. Não haveria essa reação dos militares da reserva se os objetivos da Comissão da Verdade incluíssem o esclarecimento de TODOS os crimes.
Há quem argumente que essa comissão é legítima porque foi instituída pelo congresso conforme os ditames legais. Ocorre que os analistas políticos são unânimes em afirmar que não há oposição no Congresso, totalmente controlado pela base do governo.
Desse modo, pode-se dizer que essa Comissão está sendo imposta ao país, destina-se a expor apenas um lado da verdade e a distorcer a história.
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