Acabo de fazer um comentário no facebook a respeito de um texto do Coronel Braga.
Transcrevo a seguir o que escrevi.
Eu entendo os que se exasperam pela falta de solução ao problema salarial. Todos compartilhamos a angústia de não sermos devidamente valorizados. O que mais dói ao miliar não é a remuneração insuficiente, mas a diferença de tratamento entre carreiras. Os que se sacrificam não são valorizados, enquanto os oportunistas conseguem tudo o que pleiteiam.
Meu pai também é militar e desde criança me acostumei às restrições da falta de dinheiro em casa. Houve tempos muito piores que os atuais, minha família passou por privações, e, veja, meu pai é oficial. Muito pior era a situação de nossos colegas filhos de sargentos.
Pelo que lembro, quarenta anos atrás já havia os que pregavam ações radicais para aumentar os soldos dos militares. Desde aquela época, havia também os que se queixavam dos generais, acusando-os de acomodados ou ineptos. Eu mesmo já pensei assim, quando mais jovem e inconsequente.
Hoje, sei que é muito baixo o poder de fogo de um general, independentemente das estrelas que ele ostente. Além disso, os tempos são outros, bem diferentes da época em que um comandante destemperado poderia desestabilizar um governo.
O fato é que não há solução fácil ou indolor para nosso problema. O que ainda não sei, é como resolver essa situação atendendo aos princípios da hierarquia e disciplina. No IME, aprendi que a solução de um problema tem que obedecer às suas condicionantes. Partir para uma greve ou rebelião é o mesmo que desprezar a essência de nossa profissão.
Por outro lado, pelo que entendo da vida militar e do jogo político, sei que não se pode aceitar de modo algum a desvinculação dos salários dos militares da ativa e os da inatividade. Por fim, aproveito as pensionistas para encerrar meu raciocínio, desejando que nossas mulheres nunca fiquem viúvas.
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