Hoje, num seminário, uma importante figura política do Chile disse que a democracia é obra que nunca termina, que está sempre em elaboração. Gostei da frase e acho que ela tem a ver com o aniversário de nossa constituição.
Na época de sua elaboração, eu era um jovem que trabalhava de dia e estudava à noite. Não acompanhei as discussões que movimentaram a sua feitura.
Era um tempo em que computadores eram grandes máquinas que cabiam em amplas salas refrigeradas. A Internet não passava de um experimento. Talvez por isso, não tivesse tanta facilidade para acompanhar os trabalhos da constituinte, que, a bem da verdade, eram divulgados pela imprensa escrita, pelo rádio e pela televisáo.
Eu não gostava do Ulisses Guimarães e, por isso, antipatizei com a constituição que ele, com sua liderança, nos entregou.
Com o tempo, vi que o Ulisses, assim como todos os homens, tinha seus defeitos e qualidades. Sua obra, o tal livrinho verde amarelo que hoje podemos comprar nas bancas de jornal, possui suas falhas, sim, mas é a base de todas as leis. É bom conhecê-la. Melhor ainda é perceber que ela possui muitas e muitas virtudes.
Como o político chileno, também acho que democracia é uma obra inacabada. Aliás, essa é a graça de viver num regime democrático, com uma consituição imperfeita, mas de boas intenções.
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