Eu sou contra a ideia de que a Amazônia seja uma espécie de santuário e não acho que a floresta seja intocável. Mesmo assim, não gosto que ela seja derrubada para a extração ilegal de madeira ou para virar carvão de siderúrgica.
A lógica econômica é quem dita o ritmo do desmatamento. Alguns dizem que a floresta em pé vale mais do que derrubada. Pois não parece.
Nesta semana, publicaram que no Pará, uma castanheira vale R$ 50,00.
(http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=8&idnot=55058)
Ora, a mesma castanheira que podia produzir óleos e frutos por um longo período de tempo, quando derrubada vale apenas cinquenta reais. Qual é a lógica disso?
Respostas: 1) o lucro imediato para vender a madeira; e 2) falta de incentivos para manter a castanheira em pé.
Quanto à venda ilegal da madeira, é certo investigar e prender os criminosos; quanto a manter a castanheira em pé, o certo é subsidiar a atividade silvoextrativista. O preço final da castanha deve incluir o serviço de manter a castanheira em pé.
Quanto voltamos os olhos para a produção de soja na Amazônia, vemos que, felizmente o Brasil tem alternativas para ampliar sua produção da oleaginosa, sem necessidade de ampliar o desmatamento.
Uma alternativa é sua plantação em área de pastagens abandonadas. Evidentemente, produzir soja nessa área implica em maiores custos para a adequação da terra, mas a demanda está aquecida e esses custos adicionais podem ser incorporados ao preço de venda do grão.
A floresta não é intocável. Os rios amazônicos contêm importante parcela da capacidade hidrelétrica do país. Esse potencial deve ser aproveitado, conforme as leis vigentes.
Além disso, a Amazônia encerra reservas de minerais, petróleo e gás, que são patrimônio dos brasileiros e devem ser exploradas para financiar a melhoria da qualidade de vida de nosso povo.
domingo, 26 de junho de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
Mengão quatro a zero no Galo.
O jogo acabou há umas três horas e só agora consegui colocar o laptop na tomada e me conectar no meu Blog. É um tanto trabalhoso, mas vale à pena. Não é sempre que o Mengão ganha do Galo por quatro a um. Então, vamos à descrição do jogo.
Para suprir a ausência de Botinelli e de Williams, Luxemburgo colocou Luiz Antônio e Ronaldo Angelim. No primeiro tempo, Angelim, Wellington e David Braz deram conta do recado. Com isso, Júnior César revelou-se um lateral esquerdo superior a todos os outros que passaram na Gávea nos últimos anos.
Do outro lado do gramado, Leo Moura partia da direita e afunilava pelo meio, revezando-se com o jovem Luiz Antônio, que caia pelos costados do campo. Ronaldinho chamava o jogo para si e errava menos que nas outras partidas, mas ainda não mostrava seus lampejos de craque.
Na frente, Vanderley corria muito e chegou a criar uma ou duas boas jogadas. Renato, sempre útil, avançava e ainda encontrava pernas para ajudar na defesa. Thiago Neves, o pior do time, cavava faltas que o juiz insistiu em ignorar. Acabou levando um cartão amarelo por reclamação e só então se acalmou.
Os primeiros quarenta e cinco minutos foram mornos, com as equipes correndo muito mas criando pouco.
Veio o segundo tempo e a partida pegou fogo. Dorival Júnior mexeu no Atlético colocando o Neto Berola. Na correria do galo, não demorou para Luiz Antônio cometer uma falta desnecessária na altura da intermediária. Na cobrança, Dudu Cearense, livre, desviou de cabeça. Um a zero para o Galo. Falha de David Braz que deixou livre o jogador do Atlético.
Nervoso, David foi errando seguidamente. O Flamengo perdia e passava sufoco. Foi, então, que Luxemburgo tratou de trabalhar, mexendo no time e alterando os rumos da partida.
Saíram David Braz e Vanderlei para a entrada de Negueba e Deivid. Não demorou e Ronaldinho acertou um belo chute no ângulo. Era o empate.
Os atleticanos sentiram o baque. O Flamengo passou a dominar o jogo. Ronaldinho passou a mostrar sua genialidade. Dois, três marcadores à sua frente e o R10 colocava a bola onde queria. Logo, Thiago Neves marcou mais um para o Mengão. Foi então que o Galo se perdeu de vez.
O Mengão passou a dominar o jogo completamente. Negueba deu novo ânimo ao time, embora perdesse algumas bolas. O time passou a jogar muito bem e Deivid marcou mais dois gols.
Fim de jogo. Os comentaristas sequer o elogioram, mas a vitória pode ser creditada ao gênio de Vanderlei Luxemburgo, que mudou o Flamengo e alterou o rumo da partida.
Para suprir a ausência de Botinelli e de Williams, Luxemburgo colocou Luiz Antônio e Ronaldo Angelim. No primeiro tempo, Angelim, Wellington e David Braz deram conta do recado. Com isso, Júnior César revelou-se um lateral esquerdo superior a todos os outros que passaram na Gávea nos últimos anos.
Do outro lado do gramado, Leo Moura partia da direita e afunilava pelo meio, revezando-se com o jovem Luiz Antônio, que caia pelos costados do campo. Ronaldinho chamava o jogo para si e errava menos que nas outras partidas, mas ainda não mostrava seus lampejos de craque.
Na frente, Vanderley corria muito e chegou a criar uma ou duas boas jogadas. Renato, sempre útil, avançava e ainda encontrava pernas para ajudar na defesa. Thiago Neves, o pior do time, cavava faltas que o juiz insistiu em ignorar. Acabou levando um cartão amarelo por reclamação e só então se acalmou.
Os primeiros quarenta e cinco minutos foram mornos, com as equipes correndo muito mas criando pouco.
Veio o segundo tempo e a partida pegou fogo. Dorival Júnior mexeu no Atlético colocando o Neto Berola. Na correria do galo, não demorou para Luiz Antônio cometer uma falta desnecessária na altura da intermediária. Na cobrança, Dudu Cearense, livre, desviou de cabeça. Um a zero para o Galo. Falha de David Braz que deixou livre o jogador do Atlético.
Nervoso, David foi errando seguidamente. O Flamengo perdia e passava sufoco. Foi, então, que Luxemburgo tratou de trabalhar, mexendo no time e alterando os rumos da partida.
Saíram David Braz e Vanderlei para a entrada de Negueba e Deivid. Não demorou e Ronaldinho acertou um belo chute no ângulo. Era o empate.
Os atleticanos sentiram o baque. O Flamengo passou a dominar o jogo. Ronaldinho passou a mostrar sua genialidade. Dois, três marcadores à sua frente e o R10 colocava a bola onde queria. Logo, Thiago Neves marcou mais um para o Mengão. Foi então que o Galo se perdeu de vez.
O Mengão passou a dominar o jogo completamente. Negueba deu novo ânimo ao time, embora perdesse algumas bolas. O time passou a jogar muito bem e Deivid marcou mais dois gols.
Fim de jogo. Os comentaristas sequer o elogioram, mas a vitória pode ser creditada ao gênio de Vanderlei Luxemburgo, que mudou o Flamengo e alterou o rumo da partida.
O sapo da sopa
Hoje, ao ler o texto do Blog do Alon Feuerwerker, lembrei de um artigo do Denis Lerrer Rosenfield, publicado na Revista Veja de 18 de maio último. O filósofo foi certeiro, poucos brasileiros se dão conta da crescente restrição de sua liberdade. É como a história do sapo vivo que vai cozinhando aos poucos na panela.
A lei do politicamente correto agrega mais e mais artigos. Nessa matéria, os legisladores não são eleitos pelo voto, mas pelos interesses dos grupos que gritam mais alto.
Agora é errado ter empregada doméstica, beber uma taça de vinho e dirigir, fumar em qualquer recinto. Por outro lado, é certo que a mulher aborte, que se dê asilo ao terrorista, que se marche pela liberação da maconha.
Junte uma norma aqui, outra ali no fogo brando e pronto, eis o grosso caldo da cultura que cozinhará nosso pensamento. Somos o sapo da sopa.
Desmatar é pecado? O agronegócio é culpado dos males do Brasil? Não sei como, se aproveitamos apenas 6% de nosso território para plantar enquanto os húngaros usam 65%, os alemães 50% e os poloneses incríveis 80%.
A maioria dos brasileiros tem a cultura rasa. Esses são leitores de slogans, sabem apenas o trivial, o que está mais evidente nas manchetes dos jornais e telejornais. Não se aprofundam e aceitam a opinião alheia sem muita conversa. Eles me lembram as ovelhas da fazenda da Revolução dos Bichos.
O pior é que todos nos tornaremos ovelhas.
Béééééé....
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Vigilantes de banco
País curioso o nosso.
Nos anos 70, os filhos das classes média e alta eram lutadores da liberdade, membros de grupos de esqueda que assaltavam bancos para expropriar a burguesia. Nas suas ações, esses lutadores matavam os que se colocassem à sua frente. Dentre os mortos havia muitos vigilantes de bancos.
Os guerrilheiros justificavam-se dizendo que os vigilantes eram agentes da burguesia, inimigos do povo que mereciam morrer.
O fato é que os vigilantes eram pobres. Podiam ser filhos de lavadeiras, pais de família, com muitos filhos para criar. Era gente que trabalhava para viver.
No trabalho, muitos vigilantes perderam a vida pelos tiros disparados pelos guerrilheiros.
Os guerrilheiros foram capturados ou mortos. Dizem que muitos foram torturados. Anos depois, eles ou suas famílias foram recompensados com pensões do governo.
Já os vigilantes que morreram pelas armas dos guerrilheiros, deixaram as famílias desamparadas. Eles não mereceram pensões ou compensações. Ninguém se importa muito com eles.
Imagino que nas famílias dos guerrilheiros, as crianças foram alimentadas e bem educadas. Tiveram mais chance de sucesso na vida que os filhos dos vigilantes mortos.
Os filhos pobres dos vigilantes assassinados certamente passaram necessidade. Alguns deles, ou seus descendentes, podem estar encarcerados nas prisões, torturados ou mortos.
Como os vigilantes de banco, esses presos também são vítimas sem pedigree.
Com os anos, muitos lutadores da liberdade de ontem, hoje dirigem nosso país. Eles não nos deixam esquecer de suas feridas. Gostaria que eles também se lembrassem dos vigilantes que tombaram com seus tiros.
Afinal, sua ideologia não insiste em nos convencer que todos somos iguais?
Nos anos 70, os filhos das classes média e alta eram lutadores da liberdade, membros de grupos de esqueda que assaltavam bancos para expropriar a burguesia. Nas suas ações, esses lutadores matavam os que se colocassem à sua frente. Dentre os mortos havia muitos vigilantes de bancos.
Os guerrilheiros justificavam-se dizendo que os vigilantes eram agentes da burguesia, inimigos do povo que mereciam morrer.
O fato é que os vigilantes eram pobres. Podiam ser filhos de lavadeiras, pais de família, com muitos filhos para criar. Era gente que trabalhava para viver.
No trabalho, muitos vigilantes perderam a vida pelos tiros disparados pelos guerrilheiros.
Os guerrilheiros foram capturados ou mortos. Dizem que muitos foram torturados. Anos depois, eles ou suas famílias foram recompensados com pensões do governo.
Já os vigilantes que morreram pelas armas dos guerrilheiros, deixaram as famílias desamparadas. Eles não mereceram pensões ou compensações. Ninguém se importa muito com eles.
Imagino que nas famílias dos guerrilheiros, as crianças foram alimentadas e bem educadas. Tiveram mais chance de sucesso na vida que os filhos dos vigilantes mortos.
Os filhos pobres dos vigilantes assassinados certamente passaram necessidade. Alguns deles, ou seus descendentes, podem estar encarcerados nas prisões, torturados ou mortos.
Como os vigilantes de banco, esses presos também são vítimas sem pedigree.
Com os anos, muitos lutadores da liberdade de ontem, hoje dirigem nosso país. Eles não nos deixam esquecer de suas feridas. Gostaria que eles também se lembrassem dos vigilantes que tombaram com seus tiros.
Afinal, sua ideologia não insiste em nos convencer que todos somos iguais?
Paradas gay
O deputado Jair Bolsonaro afirma, em seu site, que o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) apresentou uma emenda parlamentar ao orçamento destinando R$ 11 milhões de dinheiro público para financiar paradas gay.
(http://familiabolsonaro.blogspot.com/2011/05/bolsonaro-sofre-heterofobia-de-senadora.html)
Vale lembrar que o orçamento do Centro Tecnológico do Exército é de R$ 20 milhões este ano. (http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/com+apenas+r+20+mi+anuais+professores+pardais+criam+exercito+do+futuro/n1596945073362.html)
Ou seja, pesquisa e desenvolvimento para defesa vale duas paradas gay.
O Governador Sérgio Cabral incentivou policiais e bombeiros militares a comparecerem à parada gay, bastando, para isso, que pedissem autorização a seus superiores. A notícia está em http://www.dihitt.com.br/n/internet/2011/05/20/sergio-cabral-libera-pms-e-bombeiros-irem-fardados-a-parada-gay.
Ir fardado a uma parada gay é uma atitude de muito pouco respeito aos valores militares.
Coincidência, ou não, poucos dias depois dessa liberação do governador, centenas de bombeiros militares invadiram o quartel central da corporação, numa ação que se configurou como um crime militar.
Portanto, há apoio político e financeiro de sobra para as paradas gay. Esse apoio que para uns é um sinal de tolerância, acaba tendo outras repercussões, algumas bastante sérias e perigosas.
(http://familiabolsonaro.blogspot.com/2011/05/bolsonaro-sofre-heterofobia-de-senadora.html)
Vale lembrar que o orçamento do Centro Tecnológico do Exército é de R$ 20 milhões este ano. (http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/com+apenas+r+20+mi+anuais+professores+pardais+criam+exercito+do+futuro/n1596945073362.html)
Ou seja, pesquisa e desenvolvimento para defesa vale duas paradas gay.
O Governador Sérgio Cabral incentivou policiais e bombeiros militares a comparecerem à parada gay, bastando, para isso, que pedissem autorização a seus superiores. A notícia está em http://www.dihitt.com.br/n/internet/2011/05/20/sergio-cabral-libera-pms-e-bombeiros-irem-fardados-a-parada-gay.
Ir fardado a uma parada gay é uma atitude de muito pouco respeito aos valores militares.
Coincidência, ou não, poucos dias depois dessa liberação do governador, centenas de bombeiros militares invadiram o quartel central da corporação, numa ação que se configurou como um crime militar.
Portanto, há apoio político e financeiro de sobra para as paradas gay. Esse apoio que para uns é um sinal de tolerância, acaba tendo outras repercussões, algumas bastante sérias e perigosas.
domingo, 19 de junho de 2011
Papagaio do peito roxo
No final de maio, a imprensa noticiou que o IBAMA havia cancelado a licença para a duplicação da rodovia Régis Bittencourt. O trecho que falta duplicar é pequeno, mas muito perigoso. Ali, num período de cinco meses contados do início deste ano, houve 220 acidentes, com onze mortos. O motivo para o cancelamento da licença é que o local, conhecido como Serra do Cafezal, é área de proteção do papagaio-do-peito-roxo.
Devido ao cancelamento, a concessionária terá de refazer todo o projeto, o que provocará um atraso de, pelo menos, dois anos para a duplicação da rodovia.
A notícia está em http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/05/ibama-cancela-licenca-para-duplicacao-da-regis-bittencourt.html.
O papagaio do peito roxo é um bichinho muito bonitinho, que se encontra em ameaça de extinção devido à caça predatória e à destruição de seu habitat.
O papagaio pode ser muito encantador, mas acho que ele não vale a vida de tanta gente.
É um dilema moral. Vale a pena prejudicar ainda mais uma espécie, pondendo causar até a sua extinção, ou é mais certo evitar outras mortes na rodovia?
Afinal, o que vale mais, a vida do papagaio ou a vida dos seres humanos?
Na verdade, a questão é outra. É possível evitar a morte das pessoas e poupar a vida dos papagaios?
Se for possível, ótimo, salvaremos os dois. Agora, se não for possível, então minha opinião é que nenhum bicho ou árvore vale mais do que a vida do homem.
Devido ao cancelamento, a concessionária terá de refazer todo o projeto, o que provocará um atraso de, pelo menos, dois anos para a duplicação da rodovia.
A notícia está em http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/05/ibama-cancela-licenca-para-duplicacao-da-regis-bittencourt.html.
O papagaio do peito roxo é um bichinho muito bonitinho, que se encontra em ameaça de extinção devido à caça predatória e à destruição de seu habitat.
O papagaio pode ser muito encantador, mas acho que ele não vale a vida de tanta gente.
É um dilema moral. Vale a pena prejudicar ainda mais uma espécie, pondendo causar até a sua extinção, ou é mais certo evitar outras mortes na rodovia?
Afinal, o que vale mais, a vida do papagaio ou a vida dos seres humanos?
Na verdade, a questão é outra. É possível evitar a morte das pessoas e poupar a vida dos papagaios?
Se for possível, ótimo, salvaremos os dois. Agora, se não for possível, então minha opinião é que nenhum bicho ou árvore vale mais do que a vida do homem.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
A LUTA CONTINUA!!!
Bato na mesma tecla. Já repararam como as ONGs pararam de encher o saco sobre alimentos transgênicos?
Quem se dispuser a pesquisar as publicações de cinco, dez anos atrás, inúmeras críticas aos organismos geneticamente modificados.
Os campeões das críticas? As ONG, é claro.
A frase mais costumeira é que não havia estudos definitivos que comprovassem que os transgênicos eram absolutamente seguros.
Ah, bom.
Daí, as críticas foram sumindo, sumindo. O que aconteceu? Será que conseguiram os tais estudos comprovando a certeza mais que absoluta da segurança dos transgênicos?
Não, amigos, não foi isso. O que aconteceu foi China e Índia, que cresceram muito e tornaram um monte de chineses e indianos um pouquinho mais ricos. Então, quem comia só um pouquinho, agora come um bocadinho a mais. Esse bocadinho multiplicado por alguns bilhões de pessoas deu uma tremenda demanda por alimentos.
Ao mesmo tempo, veio a crise na Europa e agora tem loirinho de olho azul pagando caro pela comida.
Tem mais. Comida transgênica também enche a barriga.
O resultado dessa equação é que as matrizes deram sua ordem às suas seções no Brasil: "parem de encher o saco sobre transgênicos".
Viram como a coisa funciona?
Agora, o assunto é Amazônia, Belo Monte, código florestal...
A LUTA CONTINUA!!!
Quem se dispuser a pesquisar as publicações de cinco, dez anos atrás, inúmeras críticas aos organismos geneticamente modificados.
Os campeões das críticas? As ONG, é claro.
A frase mais costumeira é que não havia estudos definitivos que comprovassem que os transgênicos eram absolutamente seguros.
Ah, bom.
Daí, as críticas foram sumindo, sumindo. O que aconteceu? Será que conseguiram os tais estudos comprovando a certeza mais que absoluta da segurança dos transgênicos?
Não, amigos, não foi isso. O que aconteceu foi China e Índia, que cresceram muito e tornaram um monte de chineses e indianos um pouquinho mais ricos. Então, quem comia só um pouquinho, agora come um bocadinho a mais. Esse bocadinho multiplicado por alguns bilhões de pessoas deu uma tremenda demanda por alimentos.
Ao mesmo tempo, veio a crise na Europa e agora tem loirinho de olho azul pagando caro pela comida.
Tem mais. Comida transgênica também enche a barriga.
O resultado dessa equação é que as matrizes deram sua ordem às suas seções no Brasil: "parem de encher o saco sobre transgênicos".
Viram como a coisa funciona?
Agora, o assunto é Amazônia, Belo Monte, código florestal...
A LUTA CONTINUA!!!
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Empregada doméstica
O texto de hoje do Blog do Sakamoto é mais um que tenta incutir culpas e mais culpas na classe média. O que se quer é nos entupir de mais e mais obrigações. Ele trata de empregadas domésticas e está em http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/06/15/domesticas-a-sinha-e-o-quarto-de-empregada/comment-page-1/#comment-80726
Ora, para quem ganha pouco, é difícil manter uma empregada doméstica. Mais difícil ainda é encontrar uma que se disponha a dormir no trabalho. Quem tem o mês maior que o salário, vai se virando. Quem não pode pagar uma empregada doméstica, paga a diarista.
O fato é que a vida real é bem diferente do retrato de senzala que o blogueiro insiste em nos doutrinar.
Na maioria das famílias, o homem e a mulher têm que trabalhar, os filhos vão para a escola e todos passam horas e horas engarrafados no trânsito. Em casa, tem roupa para lavar, comida para fazer, quartos para arrumar. O blogueiro acha lindo que se faça tudo isso depois de um dia duro de trabalho.
Felizmente, lá em casa conseguimos contratar uma empregada. Eu cumpro a lei, pago o salário religiosamente em dia, recolho as contribuições, pago os impostos. Não faço mais porque não posso.Não nego também que faço tudo direitinho porque tenho medo da Justiça do Trabalho. Só um hipócrita negaria esse receio de ser processado. Por isso, além de pagar tudo religiosamente, me preocupo em manter todos os registros em dia.
Pelo texto do Sakamoto, entretanto, eu faço pouco, sou um explorador do trabalho alheio. Só falta me chamar de feitor.
Haja paciência! Tem gente que é alienada e está pouco se lixando para a classe média.
O emprego doméstico não é vergonha para ninguém. A empregada ou diarista existe porque o serviço dela é indispensável. Para muita gente, é com o dinheiro desse trabalho que se sustenta a família, que se bota comida na mesa e se educa os filhos.
Vergonha mesmo é não trabalhar e viver da esmola do governo.
Para finalizar, estou de saco cheio dessa gente politicamente correta que fica ditando normas de conduta. Esse pessoal deveria respeitar mais os outros antes de ficar reclamando que não é respeitado.
Energia nuclear e alimentos transgênicos
O Blog do Paulo Moreira Leite publica hoje um texto em que comenta sobre a decisão da Alemanha em banir a energia nuclear. Nesse texto, ele também lembra que a recente intoxicação que já matou dezenas de pessoas na Europa deveu-se a um alimento orgânico, tão elogiado pelos ambientalistas.
O texto do Paulo está em
http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2011/06/15/energia-nuclear-virou-moeda-de-troca-eleitoral/#respond
Eu enviei o seguinte comentário:
"Paulo, entendo que a decisão de banir a energia nuclear é de natureza estratégica. Ela não poderia ser tomada em função de um acidente, no calor do momento. Acredito que os alemães se arrependerão dessa decisão.
Concordo com seu texto e lembro sobre a batalha nos transgênicos no Brasil. Você pontuou bem que um alimento orgânico está provocando dezenas de mortes na Europa. Ao mesmo tempo, não há notícias de incidentes envolvendo os alimentos geneticamente modificados, tão combatidos pelos "verdes".
Aliás, o sectarismo das ONGs ambientalistas europeias tem prejudicado sua credibilidade junto a governos mais sérios."
O texto do Paulo está em
http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2011/06/15/energia-nuclear-virou-moeda-de-troca-eleitoral/#respond
Eu enviei o seguinte comentário:
"Paulo, entendo que a decisão de banir a energia nuclear é de natureza estratégica. Ela não poderia ser tomada em função de um acidente, no calor do momento. Acredito que os alemães se arrependerão dessa decisão.
Concordo com seu texto e lembro sobre a batalha nos transgênicos no Brasil. Você pontuou bem que um alimento orgânico está provocando dezenas de mortes na Europa. Ao mesmo tempo, não há notícias de incidentes envolvendo os alimentos geneticamente modificados, tão combatidos pelos "verdes".
Aliás, o sectarismo das ONGs ambientalistas europeias tem prejudicado sua credibilidade junto a governos mais sérios."
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Sequestro de avião
13/06/11
Notícia publicada pela Folha de São Paulo e transcrita da Resenha do Ministério da Defesa de hoje
MINHA HISTÓRIA - TARSO DE SOUZA CRUZ, 57
Fuga da selva
(...)Entoando gritos de guerra, os índios arrastaram o avião e amarraram a hélice com cipó (...) A comunicação era mínima (...) Eles só falam algumas palavras em português (...)
RESUMO
O piloto Tarso de Souza Cruz, 57, passou oito dias na reserva ianomâmi, no Amazonas, depois de ter o avião retido pelos índios. Na última terça-feira, ele conseguiu deixar a aldeia Watorik, na região do Demini, e fugiu para Boa Vista (RR). Casado e pai de três filhos, Cruz é piloto há mais de 30 anos e trabalha em terras ianomâmis desde 1984. (...) Depoimento a ANDREZZA TRAJANO - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE BOA VISTA (RR)
Sobrevoei a pista e não vi nada anormal. Os índios geralmente ficam em malocas distantes e só vão ao posto de saúde atrás de remédios. Pousei e encostei o avião no lugar de sempre. Foi quando eles apareceram. Eram mais de 30 homens, pintados para a guerra, com arco, flecha, espingarda, borduna e facão. O chefe dos guerreiros [José Yanomami] se aproximou e disse: "Avião tá preso". E exigiu a chave. Não fiquei preocupado.
Na semana anterior, haviam retido um outro avião por três dias [em Haxiú], mas depois liberaram, porque foi preciso remover um índio doente para Boa Vista. Só com a roupa do corpo, tirei a carga e uma bolsa com material de higiene, lençol e uma rede pequena que sempre carrego.
GUERRA
Entoando gritos de guerra, os índios arrastaram o avião e amarraram a hélice com cipó. A comunicação era mínima. Eles só falam algumas palavras em português e eu não entendo ianomâmi. Fiquei o tempo todo no posto da Funasa, próximo à pista. As duas enfermeiras disseram que o sequestro fora planejado na véspera, mas não avisaram porque os índios monitoravam o rádio.
O líder Davi Kopenawa Yanomami e seu filho, Dario, que estavam na associação ianomâmi Hutukara, em Boa Vista, ordenaram a retenção do avião via rádio. Um índio que falava português se aproximou e disse para ficar tranquilo, porque não iam fazer nada comigo. Também prometeu comida. O problema é que eu e as enfermeiras não estávamos acostumados com a comida deles: beiju, açaí, mingau de banana, carne assada, tudo feito sem higiene. Uma enfermeira pediu que eles trouxessem caça para que cozinhasse. No outro dia, mandaram um pássaro. Numa carga destinada a outra tribo havia arroz, farinha e jabá. Foi o que comemos quase todos os dias.
Eu esperava um pedido de remoção de paciente para forçá-los a liberar o avião. Sempre tem algum que quebra a perna ou índia com problema de parto. E eu tinha pressa, porque havia comprado passagem para Brasília, onde minha filha casou no dia 4. Perdi a cerimônia. Mas não tinha jeito. Eles deixaram uma índia e seu bebê recém-nascido morrerem sem permitir o socorro. O Davi e o Dario diziam que aquilo era a luta deles para manter no cargo a chefe do distrito sanitário ianômami e ye'kuana, de quem eles gostam muito.
PLANO
Passei a executar um plano de fuga. Convenci os guerreiros a mudarem a posição da aeronave, que foi amarrada de costas para a pista, e fiz com que se acostumassem a me ver perto do avião. Entrava e fingia que estava procurando papéis, mas ficava testando as chaves que tinha encontrado no quadro da enfermaria. Até que uma chave velha e enferrujada -que vou levar comigo para sempre funcionou. O dia seguinte foi de tensão. Eles receberam ordens da Hutukara para interditar a pista com troncos de árvores. Decidi fugir na madrugada da última terça. Levantei às 4h. Removi os galhos, fui tateando, sem enxergar nada. Estava preocupado com a pressão do óleo, que poderia estourar a mangueira. Mas não tinha o que fazer. De repente veio um nevoeiro. Orei e decolei às 5h20, com uma lanterna na boca. Nem vi se tinha algum índio por perto. Foi o amanhecer mais lindo da minha vida.
Líder nega ter mandado prender avião
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM
BOA VISTA (RR)
O líder ianomâmi Davi Kopenawa disse à Folha que nem ele nem seu filho Dario ordenaram a retenção da aeronave pilotada por Tarso de Souza Cruz. Kopenawa disse que estava fora de Roraima na ocasião, e a decisão partiu dos índios da aldeia Watorik. A retenção do avião foi a forma encontrada pelos ianomâmis para protestar contra uma possível mudança na chefia do DSEI-Y (distrito sanitário ianomâmi e ye'kuana), ligado ao Ministério da Saúde. Eles querem a manutenção no cargo de Joana Claudete Schuertz, que desenvolve um trabalho de décadas com os indígenas, e são contra a nomeação de Andréia Maia Oliveira, assessora regional da Funasa-indicada, segundo eles, pelo senador Romero Jucá (PMDB). O Ministério da Saúde não confirmou a nomeação de Andréia Oliveira, e Jucá negou ter indicado a servidora para o cargo.
Notícia publicada pela Folha de São Paulo e transcrita da Resenha do Ministério da Defesa de hoje
MINHA HISTÓRIA - TARSO DE SOUZA CRUZ, 57
Fuga da selva
(...)Entoando gritos de guerra, os índios arrastaram o avião e amarraram a hélice com cipó (...) A comunicação era mínima (...) Eles só falam algumas palavras em português (...)
RESUMO
O piloto Tarso de Souza Cruz, 57, passou oito dias na reserva ianomâmi, no Amazonas, depois de ter o avião retido pelos índios. Na última terça-feira, ele conseguiu deixar a aldeia Watorik, na região do Demini, e fugiu para Boa Vista (RR). Casado e pai de três filhos, Cruz é piloto há mais de 30 anos e trabalha em terras ianomâmis desde 1984. (...) Depoimento a ANDREZZA TRAJANO - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE BOA VISTA (RR)
Sobrevoei a pista e não vi nada anormal. Os índios geralmente ficam em malocas distantes e só vão ao posto de saúde atrás de remédios. Pousei e encostei o avião no lugar de sempre. Foi quando eles apareceram. Eram mais de 30 homens, pintados para a guerra, com arco, flecha, espingarda, borduna e facão. O chefe dos guerreiros [José Yanomami] se aproximou e disse: "Avião tá preso". E exigiu a chave. Não fiquei preocupado.
Na semana anterior, haviam retido um outro avião por três dias [em Haxiú], mas depois liberaram, porque foi preciso remover um índio doente para Boa Vista. Só com a roupa do corpo, tirei a carga e uma bolsa com material de higiene, lençol e uma rede pequena que sempre carrego.
GUERRA
Entoando gritos de guerra, os índios arrastaram o avião e amarraram a hélice com cipó. A comunicação era mínima. Eles só falam algumas palavras em português e eu não entendo ianomâmi. Fiquei o tempo todo no posto da Funasa, próximo à pista. As duas enfermeiras disseram que o sequestro fora planejado na véspera, mas não avisaram porque os índios monitoravam o rádio.
O líder Davi Kopenawa Yanomami e seu filho, Dario, que estavam na associação ianomâmi Hutukara, em Boa Vista, ordenaram a retenção do avião via rádio. Um índio que falava português se aproximou e disse para ficar tranquilo, porque não iam fazer nada comigo. Também prometeu comida. O problema é que eu e as enfermeiras não estávamos acostumados com a comida deles: beiju, açaí, mingau de banana, carne assada, tudo feito sem higiene. Uma enfermeira pediu que eles trouxessem caça para que cozinhasse. No outro dia, mandaram um pássaro. Numa carga destinada a outra tribo havia arroz, farinha e jabá. Foi o que comemos quase todos os dias.
Eu esperava um pedido de remoção de paciente para forçá-los a liberar o avião. Sempre tem algum que quebra a perna ou índia com problema de parto. E eu tinha pressa, porque havia comprado passagem para Brasília, onde minha filha casou no dia 4. Perdi a cerimônia. Mas não tinha jeito. Eles deixaram uma índia e seu bebê recém-nascido morrerem sem permitir o socorro. O Davi e o Dario diziam que aquilo era a luta deles para manter no cargo a chefe do distrito sanitário ianômami e ye'kuana, de quem eles gostam muito.
PLANO
Passei a executar um plano de fuga. Convenci os guerreiros a mudarem a posição da aeronave, que foi amarrada de costas para a pista, e fiz com que se acostumassem a me ver perto do avião. Entrava e fingia que estava procurando papéis, mas ficava testando as chaves que tinha encontrado no quadro da enfermaria. Até que uma chave velha e enferrujada -que vou levar comigo para sempre funcionou. O dia seguinte foi de tensão. Eles receberam ordens da Hutukara para interditar a pista com troncos de árvores. Decidi fugir na madrugada da última terça. Levantei às 4h. Removi os galhos, fui tateando, sem enxergar nada. Estava preocupado com a pressão do óleo, que poderia estourar a mangueira. Mas não tinha o que fazer. De repente veio um nevoeiro. Orei e decolei às 5h20, com uma lanterna na boca. Nem vi se tinha algum índio por perto. Foi o amanhecer mais lindo da minha vida.
Líder nega ter mandado prender avião
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM
BOA VISTA (RR)
O líder ianomâmi Davi Kopenawa disse à Folha que nem ele nem seu filho Dario ordenaram a retenção da aeronave pilotada por Tarso de Souza Cruz. Kopenawa disse que estava fora de Roraima na ocasião, e a decisão partiu dos índios da aldeia Watorik. A retenção do avião foi a forma encontrada pelos ianomâmis para protestar contra uma possível mudança na chefia do DSEI-Y (distrito sanitário ianomâmi e ye'kuana), ligado ao Ministério da Saúde. Eles querem a manutenção no cargo de Joana Claudete Schuertz, que desenvolve um trabalho de décadas com os indígenas, e são contra a nomeação de Andréia Maia Oliveira, assessora regional da Funasa-indicada, segundo eles, pelo senador Romero Jucá (PMDB). O Ministério da Saúde não confirmou a nomeação de Andréia Oliveira, e Jucá negou ter indicado a servidora para o cargo.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Colei do Blog do Reinaldo Azevedo - dados agropecuários
Blog do Reinaldo Azevedo
Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil
Assine o Feed RSS | Saiba o que é
09/06/2011
às 19:29
Basta! Chegou a hora da luta armada! Eis aqui a melhor pistola contra a boçalidade!
Qualquer número sobre a ocupação de terras que as ONGs ricamente financiadas vendam nas redações vão parar em jornais, revistas e sites. Eis que o Ipea entrou na jogada para colaborar com a mistificação. A Folha de hoje divulga (ver dados abaixo) os seguintes números: os imóveis rurais ocupariam hoje 571,7 milhões de hectares, e o passivo ambiental seria de 159,3 milhões. Bem, se fosse assim, isso significaria que os celerados quereriam destruir 28% da área plantada ou com pastagens. Ocorre que a situação é muito pior. Vejam esta tabela. Volto em seguida.
Os dados referentes à agropecuária são do Censo Agropecuário de 2006, do IBGE. As outras fontes estão ali especificadas.
Atenção: a agropecuária mais competitiva do mundo ocupa apenas 329.941.393 dos 851 milhões de hectares do Brasil — ou 38,8%. Mas atenção: dentro desses quase 330 milhões de hectares, 98.479.628 (30%) são matas e florestas, que compõem as Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal. Isso significa que sobram para a atividade agroindustrial 231.461.765 milhões de hectares — ou 27% do total.
Sendo assim, queridos, se o passivo ambiental brasileiro é, como dizem os ongueiros verdes, de 159,3 milhões de hectares, então será preciso entregar ao mato 69% da área atualmente destinada à agricultura e pastagem. Restariam para produzir comida 72.161.765 hectares, ou 8% do território brasileiro.
Voltem ao quadro. Fosse como querem os dementes, a agropecuária ficaria com 8% do território, mas as unidades de conservação federais, estaduais e municipais ocupariam quase o dobro: 14,4%. Os índios, que compõem menos de 0,5% da população, têm reservas que somam 12,6% do território. E há quem queira aumentá-las.
Eis aí: essa é a loucura brasileira. Tirem cópia desta tabela. Andem com ela no bolso. Usem como arma — a informação — contra a boçalidade!
Por Reinaldo Azevedo
Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil
Assine o Feed RSS | Saiba o que é
09/06/2011
às 19:29
Basta! Chegou a hora da luta armada! Eis aqui a melhor pistola contra a boçalidade!
Qualquer número sobre a ocupação de terras que as ONGs ricamente financiadas vendam nas redações vão parar em jornais, revistas e sites. Eis que o Ipea entrou na jogada para colaborar com a mistificação. A Folha de hoje divulga (ver dados abaixo) os seguintes números: os imóveis rurais ocupariam hoje 571,7 milhões de hectares, e o passivo ambiental seria de 159,3 milhões. Bem, se fosse assim, isso significaria que os celerados quereriam destruir 28% da área plantada ou com pastagens. Ocorre que a situação é muito pior. Vejam esta tabela. Volto em seguida.
Os dados referentes à agropecuária são do Censo Agropecuário de 2006, do IBGE. As outras fontes estão ali especificadas.
Atenção: a agropecuária mais competitiva do mundo ocupa apenas 329.941.393 dos 851 milhões de hectares do Brasil — ou 38,8%. Mas atenção: dentro desses quase 330 milhões de hectares, 98.479.628 (30%) são matas e florestas, que compõem as Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal. Isso significa que sobram para a atividade agroindustrial 231.461.765 milhões de hectares — ou 27% do total.
Sendo assim, queridos, se o passivo ambiental brasileiro é, como dizem os ongueiros verdes, de 159,3 milhões de hectares, então será preciso entregar ao mato 69% da área atualmente destinada à agricultura e pastagem. Restariam para produzir comida 72.161.765 hectares, ou 8% do território brasileiro.
Voltem ao quadro. Fosse como querem os dementes, a agropecuária ficaria com 8% do território, mas as unidades de conservação federais, estaduais e municipais ocupariam quase o dobro: 14,4%. Os índios, que compõem menos de 0,5% da população, têm reservas que somam 12,6% do território. E há quem queira aumentá-las.
Eis aí: essa é a loucura brasileira. Tirem cópia desta tabela. Andem com ela no bolso. Usem como arma — a informação — contra a boçalidade!
Por Reinaldo Azevedo
Batisti e anistia
O Blog do Paulo Moreira Leite apresenta, hoje, uma excelente explicação para a permanência de Batisti no Brasil.
É bom guardar o endereço do texto, pois as ideias podem ser úteis na próxima polêmica sobre a Lei da Anistia.
O endereço é
http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2011/06/10/o-terror-de-battisti-e-nossa-democracia/?cp=0#comment-206599
Afinal, o que vale para uns tem que valer para outros.
É bom guardar o endereço do texto, pois as ideias podem ser úteis na próxima polêmica sobre a Lei da Anistia.
O endereço é
http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2011/06/10/o-terror-de-battisti-e-nossa-democracia/?cp=0#comment-206599
Afinal, o que vale para uns tem que valer para outros.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Morte no campo
Vocês lembram do assassinato do lavrador Marcos Gomes da Silva, morto na semana passada em Eldorado dos Carajás?
Trata-se daquele homem que, mesmo depois de baleado, conseguiu escapar e seguia numa caminhonete até o hospital municipal de Eldorado do Carajás. Aí, o veículo foi interceptado na estrada por dois homens armados. Os ocupantes foram obrigados a descer do veículo e a vítima foi morta a tiros.
A violência do assassinato chocou muita gente e houve blogueiro postando texto de repúdio à violência no campo. Parecia que era mais um caso de ambientalista morto por causa do código florestal.
Agora, a Polícia descobriu que Marcos Gomes da Silva era um nome falso. O lavrador se chamava João Vieira dos Santos, tinha 33 anos e nasceu no município de Zé Doca, no Maranhão. Ele respondia naquele Estado pelo assassinato de Francisco das Chagas de Albuquerque França, morto a pauladas em 2001.
Durante as investigações, duas testemunhas ouvidas em depoimento relataram que a vítima era envolvida em crimes na região do Assentamento Sapucaia, onde vivem 26 famílias. Uma das pessoas chegou a ser assaltada por ele. João também é acusado de roubos a caminhões de transporte de cargas.
Para quem quiser ler, a notícia está em
http://www.pa.gov.br/noticia_interna.asp?id_ver=78342
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Fuga do piloto
O piloto que estava preso na aldeia foge com o avião e os índios agora estão revoltados com a fuga.
Notícia publicada pela Folha de São Paulo e transcrita da Resenha do Ministério da Defesa de hoje
Em 08/06/11 - Piloto de avião retido em aldeia escapa
PROTESTO DOS ÍNDIOS
Aeronave, pertencente a uma empresa de táxi aéreo, tinha sido retida por índios ianômamis há uma semana
Índios protestavam contra uma possível nomeação política para o Distrito Sanitário Yanomami e Ye'kuana
RODRIGO VARGAS - DE CUIABÁ
Um evento inesperado interrompeu ontem o protesto dos índios ianomâmis que havia mais de uma semana mantinham retido um avião Cesna fretado pela Funasa em uma aldeia de Barcelos, no Amazonas. O piloto da aeronave, Tássio Sousa, aproveitou um descuido dos manifestantes e decolou no início da manhã em direção ao aeroporto de Boa Vista (RR).
Os índios protestavam contra a possível nomeação de uma servidora do Ministério da Saúde para a chefia do DSEI-Y (Distrito Sanitário Yanomami e Ye'kuana). A fuga ocorreu por volta de 5h30 da manhã, enquanto os índios dormiam, diz Dário Kopenawa, um dos líderes da etnia. "O piloto conseguiu pegar a chave, tirou as pedras e paus que bloqueavam a pista e foi embora", relata. Segundo ele, o piloto "não estava preso, não era maltratado e não sofria ameaças". "Não sei o que ele pensou, pois estava numa boa. O protesto envolvia só o avião." Mesmo sem o instrumento de barganha, a manifestação vai continuar, diz o ianomâmi. "Estamos revoltados com o que aconteceu [fuga do piloto]. Agora vamos a Brasília para tentar falar com o ministro da Saúde", disse.
A Roraima Táxi-Aéreo, proprietária do avião, confirmou o retorno do piloto e da aeronave a Boa Vista.
"INDICAÇÕES POLÍTICAS"
Em carta encaminhada na semana passada ao ministro Alexandre Padilha (Saúde), os ianomâmis se declararam "muito indignados" com "indicações políticas" para o DSEI-Y. "Qualquer nomeação de cargo que não passe por uma consulta das comunidades Yanomami e Ye'kuana não será aceita", dizia um trecho da carta. A queixa diz respeito à possível nomeação de Andréia Maia Oliveira, assessora da coordenação regional da Funasa, para a chefia do distrito. A indicação, segundo os índios, foi feita pelo senador Romero Jucá (PMDB).
O senador nega participação no processo. Em nota à Folha, o Ministério da Saúde disse que o secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, mantém contato com os índios para "verificar os pontos de reivindicação", mas afirmou que as nomeações são "atribuição exclusiva do governo federal".
Notícia publicada pela Folha de São Paulo e transcrita da Resenha do Ministério da Defesa de hoje
Em 08/06/11 - Piloto de avião retido em aldeia escapa
PROTESTO DOS ÍNDIOS
Aeronave, pertencente a uma empresa de táxi aéreo, tinha sido retida por índios ianômamis há uma semana
Índios protestavam contra uma possível nomeação política para o Distrito Sanitário Yanomami e Ye'kuana
RODRIGO VARGAS - DE CUIABÁ
Um evento inesperado interrompeu ontem o protesto dos índios ianomâmis que havia mais de uma semana mantinham retido um avião Cesna fretado pela Funasa em uma aldeia de Barcelos, no Amazonas. O piloto da aeronave, Tássio Sousa, aproveitou um descuido dos manifestantes e decolou no início da manhã em direção ao aeroporto de Boa Vista (RR).
Os índios protestavam contra a possível nomeação de uma servidora do Ministério da Saúde para a chefia do DSEI-Y (Distrito Sanitário Yanomami e Ye'kuana). A fuga ocorreu por volta de 5h30 da manhã, enquanto os índios dormiam, diz Dário Kopenawa, um dos líderes da etnia. "O piloto conseguiu pegar a chave, tirou as pedras e paus que bloqueavam a pista e foi embora", relata. Segundo ele, o piloto "não estava preso, não era maltratado e não sofria ameaças". "Não sei o que ele pensou, pois estava numa boa. O protesto envolvia só o avião." Mesmo sem o instrumento de barganha, a manifestação vai continuar, diz o ianomâmi. "Estamos revoltados com o que aconteceu [fuga do piloto]. Agora vamos a Brasília para tentar falar com o ministro da Saúde", disse.
A Roraima Táxi-Aéreo, proprietária do avião, confirmou o retorno do piloto e da aeronave a Boa Vista.
"INDICAÇÕES POLÍTICAS"
Em carta encaminhada na semana passada ao ministro Alexandre Padilha (Saúde), os ianomâmis se declararam "muito indignados" com "indicações políticas" para o DSEI-Y. "Qualquer nomeação de cargo que não passe por uma consulta das comunidades Yanomami e Ye'kuana não será aceita", dizia um trecho da carta. A queixa diz respeito à possível nomeação de Andréia Maia Oliveira, assessora da coordenação regional da Funasa, para a chefia do distrito. A indicação, segundo os índios, foi feita pelo senador Romero Jucá (PMDB).
O senador nega participação no processo. Em nota à Folha, o Ministério da Saúde disse que o secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, mantém contato com os índios para "verificar os pontos de reivindicação", mas afirmou que as nomeações são "atribuição exclusiva do governo federal".
domingo, 5 de junho de 2011
Florestas e agricultura
O Canadá possui 10% da área florestal do planeta. Exploram sua riqueza com inteligência. A extração de madeira não ultrapassa 1% da área florestal do país e rende US$ 23 bilhões por ano.
Os Estados Unidos cultivam cinturões verdes em torno das cidades médias, para proteger os mananciais; seus parques nacionais recebem 600 milhões de visitas por ano.
Há excelentes madeiras para a construção de móveis e para obras e construções. Sua exploração racional deve ser incentivada, sem a imposição de regras impraticáveis e impostos abusivos.
Por outro lado, o Brasil preserva mais de 60% de sua cobertura vegetal. Na Amazônia, a cifra sobe para 85%. Os índices de desmatamento caem seguidamente. No Mato Grosso, há um movimento crescente de aproveitamento de áreas de pastagem para a agricultura, deixando-se de derrubar florestas para criar áreas de cultivo.
Nossa agricultura é cada vez mais forte e calcada nos avanços tecnológicos. Nesse aspecto, ressalta-se a importância da Embrapa e dos alimentos geneticamente modificados. A biotecnologia tem sido fundamental para a maior oferta de alimentos e para a conservação da floresta.
Em 24 de abril de 2002, o Jornal do Brasil publicou um artigo do economista Jean Marc Von Der Weid, que posicionava-se claramente contra os transgênicos. No artigo, ele dizia que a produtividade média dos agricultores alcançava 1500 kg por hectares em culturas como o milho e a soja.
O fato é que, dez anos depois, o Mato Grosso alcança produtividade de 3500 kg/hectare com o uso de sementes transgênicas.
Em 2002, a produção brasileira de soja era de 41 milhões de toneladas. Nove anos depois, aproxima-se de 70 milhões.
Agricultura e meio ambiente não são antagônicos, muito pelo contrário.
Pode-se explorar os recursos florestais com inteligência.
Não vamos aceitar a depredação da floresta, essencial para a regulação do clima; nem vamos deixar que nos imponham um preservacionismo estéril e empobrecedor.
Viva a agricultura e o meio ambiente.
Os Estados Unidos cultivam cinturões verdes em torno das cidades médias, para proteger os mananciais; seus parques nacionais recebem 600 milhões de visitas por ano.
Há excelentes madeiras para a construção de móveis e para obras e construções. Sua exploração racional deve ser incentivada, sem a imposição de regras impraticáveis e impostos abusivos.
Por outro lado, o Brasil preserva mais de 60% de sua cobertura vegetal. Na Amazônia, a cifra sobe para 85%. Os índices de desmatamento caem seguidamente. No Mato Grosso, há um movimento crescente de aproveitamento de áreas de pastagem para a agricultura, deixando-se de derrubar florestas para criar áreas de cultivo.
Nossa agricultura é cada vez mais forte e calcada nos avanços tecnológicos. Nesse aspecto, ressalta-se a importância da Embrapa e dos alimentos geneticamente modificados. A biotecnologia tem sido fundamental para a maior oferta de alimentos e para a conservação da floresta.
Em 24 de abril de 2002, o Jornal do Brasil publicou um artigo do economista Jean Marc Von Der Weid, que posicionava-se claramente contra os transgênicos. No artigo, ele dizia que a produtividade média dos agricultores alcançava 1500 kg por hectares em culturas como o milho e a soja.
O fato é que, dez anos depois, o Mato Grosso alcança produtividade de 3500 kg/hectare com o uso de sementes transgênicas.
Em 2002, a produção brasileira de soja era de 41 milhões de toneladas. Nove anos depois, aproxima-se de 70 milhões.
Agricultura e meio ambiente não são antagônicos, muito pelo contrário.
Pode-se explorar os recursos florestais com inteligência.
Não vamos aceitar a depredação da floresta, essencial para a regulação do clima; nem vamos deixar que nos imponham um preservacionismo estéril e empobrecedor.
Viva a agricultura e o meio ambiente.
Tempos difíceis para os portugueses
Portugal é um país pequeno e, apos a descolonização de quarenta anos atrás, não possui recursos materiais ou humanos para vencer suas dificuldades.
Na década passada, houve um aumento na remuneração média dos portugueses. Ainda assim, os salários em Portugal são menores que os da maioria dos demais países europeus.
Convenhamos, Portugal é um país pobre.
Por falar em países pobres, falemos um pouco da Irlanda, que também era considerada pobre há alguns anos, tem território um pouco menor e população equivalente à metade de Portugal.
Até a crise de 2008, a Irlanda era tida como um novo tigre europeu. Nos anos anteriores, o país celta investira em educação e na formação de mão de obra qualificada. Diminuiu impostos e os salários aumentaram expressivamente. Em 2004, o país celta abriu suas portas para a imigração da União Europeia, principalmente visando aumentar o quantitativo da mão de obra na construção civil.
Tudo parecia bem, mas os irlandeses também estão sofrendo grandes dificuldades econômicas desde o estouro da crise em 2008.
A situação portuguesa é ainda pior.
Portugal não seguiu o exemplo irlandês. Quase dez porcento de sua população é analfabeta e há um enorme contingente de portugueses vivendo e trabalhando em outros países europeus. Imagino que esses emigrantes enviam dinheiro para a terrinha, o que deve representar uma significativa parcela do PIB português.
A crise que se arrasta desde 2008 tem sido severa com os portugueses, tanto dentro como fora do país. Em Portugal, o índice de desemprego atingiu os 12%; nos países europeus, os desempregados são ainda mais numerosos.
O desemprego atinge sobretudo a mão de obra não qualificada. A crescente informatização dos processos do trabalho demanda um tipo de profissional de difícil formação. Esse fato dificulta ainda mais a vida dos portugueses, que não superaram os seus problemas educacionais.
Não há milagres no cenário português nem espaço para demagogias. Ao ingressar na União Europeia, Portugal renunciou à sua capacidade de ditar sua política monetária. Agora, terá que submeter-se aos ditames dos europeus mais poderosos que lhe ditam: austeridade, austeridade e mais austeridade, o que significa ainda mais sacrificios para a população.
O incremento da educação pode ser uma saída para Portugal, mas seus reflexos virão somente daqui a alguns anos.
Infelizmente, o céu portugues está coberto com nuvens bem carregadas. São tempos difíceis para os patrícios.
Na década passada, houve um aumento na remuneração média dos portugueses. Ainda assim, os salários em Portugal são menores que os da maioria dos demais países europeus.
Convenhamos, Portugal é um país pobre.
Por falar em países pobres, falemos um pouco da Irlanda, que também era considerada pobre há alguns anos, tem território um pouco menor e população equivalente à metade de Portugal.
Até a crise de 2008, a Irlanda era tida como um novo tigre europeu. Nos anos anteriores, o país celta investira em educação e na formação de mão de obra qualificada. Diminuiu impostos e os salários aumentaram expressivamente. Em 2004, o país celta abriu suas portas para a imigração da União Europeia, principalmente visando aumentar o quantitativo da mão de obra na construção civil.
Tudo parecia bem, mas os irlandeses também estão sofrendo grandes dificuldades econômicas desde o estouro da crise em 2008.
A situação portuguesa é ainda pior.
Portugal não seguiu o exemplo irlandês. Quase dez porcento de sua população é analfabeta e há um enorme contingente de portugueses vivendo e trabalhando em outros países europeus. Imagino que esses emigrantes enviam dinheiro para a terrinha, o que deve representar uma significativa parcela do PIB português.
A crise que se arrasta desde 2008 tem sido severa com os portugueses, tanto dentro como fora do país. Em Portugal, o índice de desemprego atingiu os 12%; nos países europeus, os desempregados são ainda mais numerosos.
O desemprego atinge sobretudo a mão de obra não qualificada. A crescente informatização dos processos do trabalho demanda um tipo de profissional de difícil formação. Esse fato dificulta ainda mais a vida dos portugueses, que não superaram os seus problemas educacionais.
Não há milagres no cenário português nem espaço para demagogias. Ao ingressar na União Europeia, Portugal renunciou à sua capacidade de ditar sua política monetária. Agora, terá que submeter-se aos ditames dos europeus mais poderosos que lhe ditam: austeridade, austeridade e mais austeridade, o que significa ainda mais sacrificios para a população.
O incremento da educação pode ser uma saída para Portugal, mas seus reflexos virão somente daqui a alguns anos.
Infelizmente, o céu portugues está coberto com nuvens bem carregadas. São tempos difíceis para os patrícios.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Pastoral da Terra
A edição da Folha de São Paulo do dia 31 de maio publicou uma entrevista com Dom Pedro Casaldáliga, fundador da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário.
Transcrevo três perguntas do reporter e as respectivas respostas do bispo.
"Reporter: Qual é a situação dos conflitos agrários?
Bispo: Simplificando, com uns traços panorâmicos, poderíamos dividir o nosso Brasil em três. Primeiro, o Brasil hegemônico, que está a serviço do agronegócio, depredador, monocultural, latifundista, excluidor dos povos indígenas e do povo camponês. Fiel à cartilha do capitalismo neoliberal. Uma oligarquia política tradicionalmente dona do poder e da terra.
Reporter: Quem fica do outro lado?
Bispo: O povo da terra indígenas, camponeses da agricultura familiar, ribeirinhos, extrativistas, sem terra consciente de seus direitos e organizado em diferentes instâncias de sindicato, de associação e respaldado por grupos militantes solidários do movimento popular, das pastorais sociais, de intelectuais e artistas, de universitários, de certas ONGs.
Reporter: Quem é o terceiro grupo?
Bispo: É uma maioria média desinformada ou mal informada, que não vincula as lutas do campo com as lutas da cidade, no dia a dia da sobrevivência. Que não percebe ainda que a reforma agrária é uma luta de todos."
O Bispo é um ardoroso adepto da teologia da libertação e enxerga um mundo maniqueísta, povoado, de um lado, por exploradores ricos e malvados; e, do outro, pelos pobres, pessoas simples e boas.
No meio dos dois polos, o bispo posiciona o resto dos brasileiros, nós, que deveremos ser convencidos da justiça de sua luta. Muitos aceitam esse tipo de manipulação ideológica, mas vamos adiante.
A revista Veja desta semana publica a matéria "Uma reserva de miséria", que mostra o abandono dos fazendeiros expulsos de suas terras na Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Os ex-fazendeiros de Roraima, que Dom Pedro Casaldáliga chamaria de latifundiários inescrupulosos, hoje são favelados da periferia de Boa Vista. Não eram tão ricos assim, portanto.
Para mim, a situação em Roraima mostra o padrão de justiça social que a Pastoral da Terra idealiza para nosso país.
Considero o bispo um retrógrado e me surpreendo como a ideologia marxista conseguiu se disseminar na Igreja Católica no Brasil.
Transcrevo três perguntas do reporter e as respectivas respostas do bispo.
"Reporter: Qual é a situação dos conflitos agrários?
Bispo: Simplificando, com uns traços panorâmicos, poderíamos dividir o nosso Brasil em três. Primeiro, o Brasil hegemônico, que está a serviço do agronegócio, depredador, monocultural, latifundista, excluidor dos povos indígenas e do povo camponês. Fiel à cartilha do capitalismo neoliberal. Uma oligarquia política tradicionalmente dona do poder e da terra.
Reporter: Quem fica do outro lado?
Bispo: O povo da terra indígenas, camponeses da agricultura familiar, ribeirinhos, extrativistas, sem terra consciente de seus direitos e organizado em diferentes instâncias de sindicato, de associação e respaldado por grupos militantes solidários do movimento popular, das pastorais sociais, de intelectuais e artistas, de universitários, de certas ONGs.
Reporter: Quem é o terceiro grupo?
Bispo: É uma maioria média desinformada ou mal informada, que não vincula as lutas do campo com as lutas da cidade, no dia a dia da sobrevivência. Que não percebe ainda que a reforma agrária é uma luta de todos."
O Bispo é um ardoroso adepto da teologia da libertação e enxerga um mundo maniqueísta, povoado, de um lado, por exploradores ricos e malvados; e, do outro, pelos pobres, pessoas simples e boas.
No meio dos dois polos, o bispo posiciona o resto dos brasileiros, nós, que deveremos ser convencidos da justiça de sua luta. Muitos aceitam esse tipo de manipulação ideológica, mas vamos adiante.
A revista Veja desta semana publica a matéria "Uma reserva de miséria", que mostra o abandono dos fazendeiros expulsos de suas terras na Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Os ex-fazendeiros de Roraima, que Dom Pedro Casaldáliga chamaria de latifundiários inescrupulosos, hoje são favelados da periferia de Boa Vista. Não eram tão ricos assim, portanto.
Para mim, a situação em Roraima mostra o padrão de justiça social que a Pastoral da Terra idealiza para nosso país.
Considero o bispo um retrógrado e me surpreendo como a ideologia marxista conseguiu se disseminar na Igreja Católica no Brasil.
Sequestro de avião
Uma notícia para os colegas
Índios yanomami sequestram monomotor no Amazonas e mantêm o piloto refém.
Os links abaixo apresentam mais detalhes sobre o fato:
http://www.ojornalweb.com/2011/06/03/indios-yanomami-sequestram-monomotor-no-amazonas/
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonia-Amazonas-Manaus-Empresa-suspende-yanomami-indigenas-atendimento_0_491950868.html
O monomotor é de uma empresa privada e foi alugado para serviços da Secretaria Especial Indígena (Sesai). Um dos motivos da retenção do avião deve-se à recusa dos indígenas em aceitar a nomeação de Andréia Maia Oliveira para o Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Yanomami e Yekuana (DSEI-Y).
De acordo com Dário Vitório Kopenawa, diretor da Hutukara Associação Yanomami, há lideranças pensando até em queimar o avião no fim de semana.
Kopenawa disse que além do piloto, vieram no avião quatro agentes de saúde indígena,três técnicos de enfermagem e um enfermeiro da Sesai. Todos estariam trabalhando na aldeia. Por isso, Kopenawa nega que haja algum sequestro.
Antônio Ailton da Silva, coordenador da Hutukara Associação Yanomami, sediada em Boa Vista (RR) disse que uma eventual tentativa de retirada do avião da aldeia pela Polícia Federal pode resultar em confronto com os indígenas.
O coordenador disse que indígenas das 37 regiões yanomami (formada por 200 aldeias nos Estados do Amazonas e Roraima) avisaram, também por radiofonia, que outro avião que, porventura, pousar na área também poderá ficar retido.
Amigos, a grande mídia não tem dado a menor atenção a esse fato.
Índios yanomami sequestram monomotor no Amazonas e mantêm o piloto refém.
Os links abaixo apresentam mais detalhes sobre o fato:
http://www.ojornalweb.com/2011/06/03/indios-yanomami-sequestram-monomotor-no-amazonas/
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonia-Amazonas-Manaus-Empresa-suspende-yanomami-indigenas-atendimento_0_491950868.html
O monomotor é de uma empresa privada e foi alugado para serviços da Secretaria Especial Indígena (Sesai). Um dos motivos da retenção do avião deve-se à recusa dos indígenas em aceitar a nomeação de Andréia Maia Oliveira para o Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Yanomami e Yekuana (DSEI-Y).
De acordo com Dário Vitório Kopenawa, diretor da Hutukara Associação Yanomami, há lideranças pensando até em queimar o avião no fim de semana.
Kopenawa disse que além do piloto, vieram no avião quatro agentes de saúde indígena,três técnicos de enfermagem e um enfermeiro da Sesai. Todos estariam trabalhando na aldeia. Por isso, Kopenawa nega que haja algum sequestro.
Antônio Ailton da Silva, coordenador da Hutukara Associação Yanomami, sediada em Boa Vista (RR) disse que uma eventual tentativa de retirada do avião da aldeia pela Polícia Federal pode resultar em confronto com os indígenas.
O coordenador disse que indígenas das 37 regiões yanomami (formada por 200 aldeias nos Estados do Amazonas e Roraima) avisaram, também por radiofonia, que outro avião que, porventura, pousar na área também poderá ficar retido.
Amigos, a grande mídia não tem dado a menor atenção a esse fato.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Soberania não se negocia
O barco da Comunidade Europeia faz água no porão, onde se espremem portugueses, gregos e espanhóis.
A turma do camarote tem um único discurso: austeridade, austeridade e austeridade.
Para que não digam que não colaboram com a turma do porão, os alemães mandaram alguns baldes para os espanhois.
A alegoria serve para ilustrar que a União Europeia pareceu muito vantajosa nos anos 90, mas, vinte anos depois, os jovens desempregados descobrem que seus pais e avós os embarcaram numa canoa furada.
Ora, convenhamos. Ao abdicarem da prerrogativa de emitirem sua própria moeda, os países europeus renunciaram à capacidade de formular políticas monetárias.
Para os neoliberais do fim do século passado, emitir moeda era sinônimo de permissividade. Sua receita para os momentos de crise coincide com o que a turma do camarote grita hoje para o porão: austeridade, austeridade e austeridade.
Bem, o fato é que não sobrou muita coisa na caixa de ferramentas dos governos europeus. Agora, são os jovens desempregados que têm que se virar com os baldes no porão inundado do navio.
Fica a lição: nenhum Estado tem o direito de renunciar a qualquer capacidade de defender o seu povo. Para quem não entende do riscado, eu traduzo: soberania não se negocia.
A turma do camarote tem um único discurso: austeridade, austeridade e austeridade.
Para que não digam que não colaboram com a turma do porão, os alemães mandaram alguns baldes para os espanhois.
A alegoria serve para ilustrar que a União Europeia pareceu muito vantajosa nos anos 90, mas, vinte anos depois, os jovens desempregados descobrem que seus pais e avós os embarcaram numa canoa furada.
Ora, convenhamos. Ao abdicarem da prerrogativa de emitirem sua própria moeda, os países europeus renunciaram à capacidade de formular políticas monetárias.
Para os neoliberais do fim do século passado, emitir moeda era sinônimo de permissividade. Sua receita para os momentos de crise coincide com o que a turma do camarote grita hoje para o porão: austeridade, austeridade e austeridade.
Bem, o fato é que não sobrou muita coisa na caixa de ferramentas dos governos europeus. Agora, são os jovens desempregados que têm que se virar com os baldes no porão inundado do navio.
Fica a lição: nenhum Estado tem o direito de renunciar a qualquer capacidade de defender o seu povo. Para quem não entende do riscado, eu traduzo: soberania não se negocia.
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