Nas cidades, quando se resolve construir qualquer obra de grande porte, invariavelmente há desapropriações de quem mora nas suas vizinhanças. Claro, há indenizações e muita reclamação dos prejudicados, mas sempre prevalece o sentido do benefício da obra.
Geralmente, grandes obras beneficiam muita gente. O alargamento de uma rua, a construção de um metrô pode significar conforto para a vida da comunidade. Nesses casos, os prejudicados são realocados, indenizados e a vida continua.
Smpre há os que reclamam demolição da casa centenária onde moraram seus avós, onde agora há uma avenida. Essa reclamação é justa, trata-se de uma dor familiar, um prejuízo imenso para um pequeno grupo de pessoas. Pode-se comparar essa perda à morte de um filho na guerra. Ou seja, é um sacrifício doloroso, mas necessário.
No final, o bem da comunidade vale mais que o do indivíduo. É duro, mas esse é um princípio norteador das relações entre Governo e Sociedade.
No caso de Belo Monte, fala-se da inundação de cemitérios antigos, da morte de árvores centenárias, da realocação de ribeirinhos. É claro que isso incomoda; é evidente que seria muito melhor que isso pudesse ser evitado.
O problema é que o Brasil precisa de energia e a hidrelétrica de Belo Monte é uma solução ecológica. Quem discordar dessa afirmação, deve pesar bem os prós e contras de se usar o potencial hidráulico dos rios amazônicos ou queimar várias milhares de óleo diesel nas termelétricas. Há, até, quem sugira construir usinas nucleares na Amazônia. O que será melhor?
Haverá quem diga que uma árvore submersa emite CO2 e CH4. Para quem não sabe, a molécula do metano contribui 300 vezes mais que a do gás carbônico para o agravamento do efeito estufa.
Mesmo assim, há soluções para isso, basta colocá-las em prática.
Há os que defendem que não se construa a usina e busque-se captar a energia do sol os a dos ventos. Tudo muito bonito e ecológico, mas, infelizmente, inexequível. Pode ser que, daqui a vinte anos, a energia solar ou a eólica sejam excelentes soluções, mas nós precisamos de energia num horizonte muito mais próximo.
Por último, os construtores de Belo Monte são obrigados a uma extensa lista de compensações ambientais e sociais. O Estado tem é que impor o cumprimento dos acordos. Ouviremos, também, uma longa chorumela de empresários, mas tenho certeza que eles não assumiriam os riscos da obra se não tivessem expectativas seguras de obter lucro.
Ainda quanto ao aspecto ecológico de Belo Monte, faço uma comparação com outra grande obra recente. Vocês lembram do Bispo Dom Frei Flávio Cappio? Ele fez uma greve de fome para impedir a transposição das águas do São Francisco. Pois as obras continuam e levam grande prosperidade para o interior de Pernambuco.
Uma matéria da Globonews nos mostra a transformação da vida dos sertanejos. Este em http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1657067-17665,00.html.
Uma grande obra no sertão nordestino beneficiou a milhares e milhares de pernambucanos; então, é muito provável que Belo Monte leve prosperidade, também, ao interior amazônico.
Fica então a pergunta. Se o prejuízo de uns poucos pode valer um imenso benefício para muitos, o que será que vale mais?
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