No estudo das negociações, há uma caracterização acadêmica dos atributos de um negociador, dentre os quais destacam-se suas credenciais e sua credibilidade.
Entende-se a credencial como o currículo do indivíduo, os cursos realizados, os projetos em que participou, etc. Um bom currículo pode impressionar num primeiro momento, mas não é o suficiente para firmar um componente fundamental nas relações humanas: a confiança.
A confiança resulta da credibilidade do indivíduo, o que é função do histórico de sua atuação, de seu cumprimento dos acordos que firmou e da coerência com seus pontos de vista, demonstrada ao longo do tempo.
Conheço alguns doutores de teses absurdas, movidos a ideologias e que tentam nos impressionar com um palavreado rebuscado e incompreensível. Via de regra, são indivíduos com respeitáveis credenciais, mas pouca credibilidade.
Não gosto de ler aquilo que não compreendo. Acredito que, quanto maior o grau acadêmico do sujeito, maior a sua obrigação de se fazer entender.
Contudo, mais importante do que textos claros e bem construídos ortograficamente, são as ideias neles contidas. E mais importante, ainda, é o comportamento das pessoas, que, no final das constas, é o que lhes confere credibilidade perante os outros.
O embate das ideias nunca pode servir para ofensas. Devemos respeitar os eventuais adversários e estar aberto para aceitar a opinião alheia. Quem está atento aos outros nos parecerá ser mais sincero e confiável.
Para terminar, como dizia uma antiga propaganda da Fiat, às vezes também é bom rever nossos próprios conceitos.
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