segunda-feira, 7 de março de 2011

Veríssimos

Eu prefiro o Luiz Fernando ao Érico. Ou será que não? Afinal, quem é o melhor, o pai ou o filho?

Não me esqueço da menina Clarissa alimentando suas galinhas, ou do certo capitão Rodrigo se espalhando num bar, dando de talho nos grandes e de prancha nos pequenos. São leituras da minha juventude, marcaram minha alma.

O Capitão Rodrigo existe em mim; a Ana e a Bibiana Terra também. Estão todos metidos num Rio Grande distante e frio, onde os homens pouco vivem e as mulheres morrem aos pouquinhos.

O pai foi grande, grande demais. Eu o li e reli; e reli novamente. O capitão me fascinava, não me importava os tantos e quantos defeitos que lhe enumerassem. Ele era o meu heroi.

O pai foi o pai, mas o filho não é só o filho do Érico; ele é mais, muito mais que um simples Luiz. Ele é o Luiz Fernando Veríssimo, um gênio, o gaúcho mais lido do planeta, o maior colorado vivo, o autor dos textos que mais gosto.

O tempo e o vento carregaram minha juventude por aquele Rio Grande tão longe. Minha madurez se delicia com o Analista de Bagé e as cobras venenosas dos nossos tempos.

Luiz Fernando, o filho do Érico, é tão velho quanto o meu próprio pai. Érico se foi faz tempo e bem sei que Luiz  também nos deixará, num futuro que espero esteja bem distante.

É assim mesmo; os autores se vão, mas os personagens ficam, talvez misturados num lugar onde um certo Rodrigo, folgado e fanfarrão, encontra um analista bem tosco, que descobre um tantinho assim de frescura enrustida nos trejeitos do capitão. 

Se é verdade, é vero; se é vero, é Veríssimo.




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