Pêndulos e pêndulos.
Nos escalões do poder, o problema do andar de cima é justamente esse, os pêndulos. Decisões pendulares e às vezes perdulárias.
Por vezes, a visão é míope e não enxerga o longo prazo.
Um exemplo? Falemos da energia nuclear.
Duvideodó que o Japão modifique sua matriz energética. É verdade que resolverão os problemas de Fusushima à custa de um enorme passivo ambiental e das vidas de algumas centenas de herois japoneses que, mesmos expostos a doses letais de radiação, lutam para evitar que a usina exploda.
Eles morrerão seguindo a filosofia vulcana de que a morte de poucos justifica-se quando salva a vida de muitos.
A crise passará, os herois de Fukushima se juntarão aos outros milhares de mortos pelo tsunami e receberão anualmente as homenagens do povo japones.
Nada se modificará. Porque? Simplesmente porque não dá para o Japão renunciar à energia nuclear.
Hoje, os políticos japoneses reclamam de falta de comida, de assistência e de abrigos para os desamparados. Também querem mais transparência do Governo, mas não moverão campanhas contra a energia nuclear.
Nesse aspecto, eles serão mais pragmáticos do que os seus colegas alemães. Os japoneses não estrangularão sua capacidade produtiva, mesmo diante de toda tragédia que suportam.
Explico, então, que pêndulos significam decisões casuísticas, movidas pelos holofotes, focalizando apenas o momento atual. Os pêndulos são a míope visão de curto prazo.
Infelizmente, no mundo de hoje, há muitos pêndulos e poucos estadistas. É bom essa gente trocar de óculos.
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