sábado, 5 de março de 2011

Fora capachos!

O atual procedimento em relação aos transgênicos  comprova que muitas ONG ditas brasileiras trabalham conforme as determinações das matrizes europeias.


Um renomado cientista brasileiro me alertou sobre uma declaração da ASPTA, que é uma ONG absolutamente contrária aos transgênicos. No seu Comunicado 529, de 04 de março de 2011, aquela organização informa, meio embaraçada, sobre a decisão dos europeus em afrouxar as regras de importação de grãos transgênicos.

Esse fato reforça a percepção da trégua das ONG contra os transgênicos. Como já havia apontado antes no meu Blog, os europeus estão gastando muito com sua comida e, por isso, flexibilizaram suas restrições à importação de alimentos geneticamente modificados.


Em resumo, a Europa precisa flexibilizar suas regras contra os transgênicos e as ONG devem calar a boca.

Isso me lembra o final da década de 1930, quando os comunistas do mundo todo tiveram de calar suas críticas contra o nazismo. É que Hitler e Stalin haviam se aliado para invadir a Polônia. Então, como não era politicamente correto criticar um aliado, os vermelhos tinham de se calar. E ai de quem desobedecesse às ordens.  Pouco tempo depois, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, os camaradas foram liberados por Moscou para descer a lenha com vontade contra os nazistas.

O nazismo acabou há mais de sete décadas e já fazem mais de vinte anos que derrubaram o muro de Berlim. Contudo, o que assistimos na atual ordem mundial é que as coisas continuam do jeito que sempre foram. Permanece a orquestração para a conquista de corações e mentes, para a imposição de ideias, com o único propósito de dominar os povos. Nós da periferia somos manipulados para adaptar nossos pensamentos aos interesses estrangeiros, mesmo que sejam contrários aos de nossa gente.  Isso também vale quando o assunto é transgênicos.

Os europeus resistem em abrir seus mercados e impuseram restrições contra a importação de grãos. O pretexto é que o Brasil, a Argentina e os Estados Unidos produziam alimentos geneticamente modificados. Daí, as ONG do mundo todo gritaram "FORA TRANSGÊNICOS." Agora, que os alimentos estão muito caros, eles flexibilizam as importações e as ONG devem se calar.


Quando eu era da CTNBio, pude assistir de perto a atuação desse pessoal. Nunca esquecerei do dia que o MST nos brindou com sua presença numa de nossas reuniões. Eles foram gentilmente conduzidos pela sua excelência representante do Ministério Público da União, que nos assegurou do pleno direito dos Sem Terra em ocupar as cadeiras imediatamente atrás dos membros da Comissão.

Naquele dia, os membros da comissão viram-se constrangidos, sem conseguir manifestar suas opiniões, que podiam se aplaudidas ou vaiadas pela plateia. Foi particularmente difícil tratar de assuntos científicos, ainda  mais quando um grupo de moças grávidas fez questão de subir no tablado e ler uma declaração contra os transgênicos. Tudo isso em nome do princípio constitucional da Publicidade. Só não posso dizer quem aproveitou essa publicidade toda.

Menciono, também, os mais de dois mil e-mails que um robô do Greenpeace me enviou com mensagens anti-transgênicos, entupindo minha caixa postal e prejudicando até mesmo a minha vida pessoal. Felizmente, a coisa parou por ai e não se repetiu.

Deixo claro que não sou contra, nem favorável a Organismos Geneticamente Modificados. Tudo depende das condições em que eles são empregados. Aliás, a maioria dos membros da CTNBio embasava seu julgamento apenas em termos técnicos e muitos deles expressavam genuína de trabalhar pela ciência do Brasil. Esses foram alvo da ira dos anti-transgênicos e alguns cientistas foram tachados de vendidos para as multinacionais.

Os fatos evidenciam que as ONG que promoviam aquelas acusações na verdade agem para agradar seus patrões europeus. Elas enganam o povo brasileiro.

Fora, bando de capachos!

Um comentário:

  1. A lei de Biossegurança Lei 11.105/2005 vai tratar desse assunto, transgênicos ou organismos geneticamente modificados. Ninguém melhor e mais preparado que a CTNBio para falar do assunto. Concordo que essas ONG's possam ter interesses de grupos particulares, apóiam sua iniciativa em marketing e "políticagem", senso comum puro. Sempre tentam passar a figurar de "mocinhos", enquanto pessoas sérias como você, Clóvis, verdadeiro cientista, não se curvam a ditas falácias. Parabéns pelo blog e por toda a sua iniciativa de mostrar a verdade. Forte abraço, Carlos Ilha

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